quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

São José



Esposo da Virgem Maria, modelo de pai e esposo, protetor da Sagrada Família.

Seu nome, em hebraico, significa “Deus cumula de bens”.

No Evangelho de São Mateus vemos como foi dramático para esse grande homem de Deus acolher, misteriosa, dócil e obedientemente, a mais suprema das escolhas: ser pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Messias, o Salvador do mundo.

"Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa" (Mt 1,24).

O Verbo Divino quis viver em família. Hoje, deparamos com o testemunho de José, “Deus cumula de bens”; mas, para que este bem maior penetrasse na sua vida e história, ele precisou renunciar a si mesmo e, na fé, obedecer a Deus acolhendo a Virgem Maria.


"Descendente de David, José é considerado um dos grandes elos existentes entre o Velho e o Novo Testamento. Entretanto, pouco se conhece sobre sua infância e juventude. Nos escritos sagrados, ele já aparece adulto, como um humilde carpinteiro de Nazaré, a quem a mão de Maria foi prometida em casamento.

Sabendo em sonhos que sua mulher teria o filho de Deus, aceitou seu destino sem reclamar. Sempre ao lado de Maria, arrumou a manjedoura que serviu de berço para Jesus. Conta-se que foi pai zeloso, deu um nome a Jesus e cuidou para que fosse bem criado. Depois que Jesus cresceu, pouca notícia se tem de José. Acredita-se que tenha morrido cerca de três anos antes de Jesus ser crucificado" (Chagas, Carolina - O Livro dos Santos).

"[...]Monica Buonfiglio, fez uma abrangente pesquisa em seu livro : Jesus-Palavras de Fogo, afirma que José era um "tekton", ou seja um carpinteiro altamente qualificado, equivalente a um arquiteto nos dias de hoje. Ele pode ter trabalhado nas grandes construções de sua época. ( e não um simples carpinteiro como é relatado).Era um profissional de prestígio, que ganhava bem, e era muito bem visto por todos. Em todas as pesquisas verifica-se que José foi de suma importância na vida de Jesus, participando ativamente de Sua educação e de Sua formação moral e intelectual na infância.

Por toda sua fé, dedicação, humildade e proteção, São José é o patriarca, o grande pai, o provedor.

É o amigo do povo, dos pobres, dos perseguidos e dos sofredores. São José, esposo de Maria e guardião da Sagrada Família, foi o último patriarca bíblico que recebeu o dom dos sonhos. Recebeu o título"homem justo", significando o procedimento equilibrado de um homem, responsável, discreto, cultivador e respeitador do direito das pessoas e de uma singular expressão de amor a DEUS: "o seu silêncio".

Nestes tempos em que vivemos, onde as famílias passam por tantos desafios, São José é uma força espiritual que podemos evocar constantemente. Por sua intercessão as famílias alcançam a bênção da prosperidade. Mestre de integridade, José soube ser um exemplo para todos os pais de família, demonstrou que era possível amar ardentemente, mas de um amor para com o núcleo familiar sem pretender nada para si: a alegria era a luz reflexa do perfume das virtudes.

Cada família deveria pegar como exemplo esta Santa Família daquela época. Quantos casais interpretam o próprio papel como o mais importante, desenvolvendo o amor egoístico para o próprio prazer; assim acusam o outro, enquanto não fazem nada para compreende-lo.

José é o patrono dos condenados à morte, porque presumindo-se que ele morreu antes da vida pública de Jesus, ele morreu com Jesus e Maria perto dele, da maneira como todos nós gostaríamos de partir desta terra.

São José é o santo que intercede por todas as graças que necessitamos, muitas vezes de maneira surpreendente e quase inacreditável.

José é também o patrono universal da Igreja, dos pais, dos carpinteiros, e da justiça social. É protetor da Igreja, das famílias, principalmente daquelas que lutam para imitar a Sagrada Família, de muitos Institutos e Congregações Religiosas que aspiram a perfeição cristã, é protetor das Vocações Sacerdotais, é também protetor dos operários e trabalhadores em geral, assim como é patrono dos moribundos, daqueles que estão com a viagem marcada para a eternidade.

Celebramos dois dias festivos para São josé: 19 de março para José o Marido de Maria e 1 de maio para José o Trabalhador.

Seguem abaixo resumo das informações colhidas de diversas fontes:

Nasceu em Belém de Judá (Lc 2,3-4), e presumivelmente deve ter permanecido lá até a idade adulta (12 anos pelos costumes judaicos).Seu pai chamava-se Jacó e mudou-se com a família para Nazaré da Galiléia, provavelmente para cultivar uma terra que comprou no Vale Esdrelon.
José, junto com o seu irmão mais velho chamado Cleófas, trabalhou na lavoura, ajudando o pai a produzir alimentos para o consumo próprio e comercialização. Todavia com o passar dos anos, revelou uma notável tendência para o trabalho com madeira, que o levou a deixar o cultivo do solo em segundo plano, e a se empenhar na profissão de carpinteiro.


Maria, entretanto, revelou-lhe que havia consagrado sua vida à Deus, através de um voto de castidade, o que o deixou frustado, entristecido. Maria, era linda e de marcante pesonalidade, inteligente. tinha uma forma de falar encantadora. Ele estava verdadeiramente apaixonado e num gesto de amor, pediu-a em casamento e em troca se propôs a fazer voto de castidade, para que pudesse passar a vida ao lado dela, consagrando amor ao Criador, pois sentia que não iria ser feliz ao lado de outra mulher. Para Maria foi a solução ideal, porque casando-se com José, poderiam cultivar juntos a castidade sem que ninguém viesse a desconfiar. Maria aceitou o convite de José e logo, começaram os preparativos para o Casamento conforme o costume judaico.

Certo dia,Maria descansava em seu quarto quando recebeu a visita de um Anjo do SENHOR (Gabriel), que sorrindo, anunciou-lhe que Ela era Alguém muito especial que tinha sido escolhida para ser a Mãe do Redentor, Aquele que viria salvar a humanidade de seus pecados e deixar meios para que as pessoas pudessem ter vida em plenitude, vivendo reconciliadas e em comunhão de amor com DEUS. O Anjo confidenciou-lhe também, que sua prima Isabel, apesar da idade avançada, estava grávida de seis meses, ela, que era considerada estéril. (Lc 1,26-38)


Conversando com José, seu noivo, e seus pais, contou-lhes a notícia sobre a prima, mas não lhes disse que tinha sido escolhida "MÃE DO SENHOR" . Deixou em segredo, pois sentia que a hora que Deus determinasse, ela diria a verdade. Depois do nascimento de João Batista, filho de Isabel, Maria regressou a Nazaré, naturalmente acompanhada de uma pessoa da família.


Sua gravidez já era notada. Quando ele soube que Maria estava grávida após estarem para se casar, ele soube que a criança não era dele mas desconhecia, até então, que ela estava carregando o Filho de Deus. Ele planejou separar-se de Maria de acordo com a lei, mas temeu pela segurança e o sofrimento dela e do bebê. Ele sabia que mulheres acusadas de adultério podriam ser apedrejadas até a morte, então ele decidiu deixá-la silenciosamente e não expor Maria a vergonha ou crueldade (Mateus 1,19-25).

Então o Anjo do SENHOR apareceu-lhe em sonho e lhe disse: "José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que Nela foi gerado vem do ESPÍRITO SANTO. Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de JESUS, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados". (Mt 1,20-21)

José imediatamente e sem questionar preocupar-se com fofocas, tomou-a como esposa.

A Celebração das Bodas seguiu o rito judaico e logo a felicidade tomou conta do coração dos esposos. Passaram a viver numa pequena casa em Nazaré. Mas por pouco tempo, porque foi decretado um decreto romano, mandando que fosse realizado um recenseamento, e todos os povos subjugados pelo poder de Roma, deviam obedecer. Como Nazaré era um lugarejo pequeno que nem constava dos mapas romanos, recebeu a notícia com atraso, ou seja, no último mês de recenseamento. Cada cidadão era obrigado a se apresentar na junta militar estabelecida em sua cidade natal. São José tendo nascido em Belém, para não faltar com sua responsabilidade e cumprir com o dever cívico, atendendo a ordem emanada do poder romano, para lá viajou em companhia de Santa Maria, sua esposa, que já estava no último mês de gravidez. (Lc 2,1-5)

Em face do Recenseamento, Belém estava com grande movimentação de pessoas e por essa razão, São José e Santa Maria não encontraram nas casas dos parentes e amigos um local onde pudessem abrigar-se, e foram para uma gruta, que as vezes era utilizada como estrebaria. Neste período de tempo em permaneceram nesta gruta, completaram-se os dias da gestação e nasceu JESUS, NOSSO SENHOR e Redentor de toda humanidade. (Lc 2,6-7)

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós". (Jo 1,l4)

Naquela região, alguns pastores que vigiavam o rebanho receberam a visita de um Anjo que lhes anunciou: "Não tenhais medo! Eis que eu vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o CRISTO SENHOR, na cidade de Davi. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido envolto em faixas e deitado numa manjedoura. E de repente, juntou-se ao Anjo uma multidão do exército celeste a louvar a DEUS, dizendo: Glória a DEUS nas alturas, e paz na terra aos homens que ELE ama"! (Lc 2,10-15)

Os pastores ficaram admirados com o que viam e se apressaram à chegar a Gruta em Belém. Encontraram Santa Maria, São José, e o MENINO-DEUS numa manjedoura. Vendo-os, contaram-lhes tudo o que o Anjo havia anunciado.

Santa Maria ouvia e conservava todos aqueles acontecimentos no coração, e no seu silêncio, meditava, e procurava entender tudo que diziam sobre JESUS.

Ela e São José tinham acabado de viver uma experiência verdadeiramente sobrenatural com o nascimento de seu Filho. Para Santa Maria, aquelas palavras anunciadas pelo Arcanjo Gabriel expressando todo o Amor de DEUS por Ela, concretizavam-se naquela linda criança que feliz sorria deitada numa manjedoura.


Conta-se que José, falava pouco,era calmo e retraído, dedicado essencialmente ao trabalho e às orações na sinagoga, fazendo do trabalho o seu próprio lazer. É provável, que tivesse a idade de 26 anos, quando apaixonou-se por Maria de Nazaré, que diariamente atravessava a rua com um cântaro de barro em direção a uma fonte que ficava na praça central, para apanhar água. Sempre aproximava-se dela para falar algumas palavras, até que começou a frequentar a casa de Joaquim e Ana, pais de Maria, a fim de ficar mais perto dela, até que num dos dias declarou-lhe seu amor.Terminado o recenseamento, mudaram-se da Gruta onde estavam e passaram a viver numa pequena casa em Belém.JESUS já estava com quase dois anos de idade, quando recebeu a visita dos Três Reis Magos, que vieram do Oriente para adorar o MENINO-DEUS. Belchior, Gaspar e Baltazar depois de ajoelharem diante DELE, ofertaram-LHE ouro, incenso e mirra. (Mt 2,11)

Herodes Magno, rei da Judéia, sabendo da visita dos Magos, com receio de perder o seu trono para o "Rei dos Judeus", projetou em sua mente doentia eliminar JESUS. Todavia, como não sabia onde ELE estava, ordenou a matança de todas as crianças de Belém com menos de dois anos de idade.
Quando o anjo reapareceu para dizer-lhe que sua família estava em perigo, ele imediatamente deixou tudo o que possuía, todos os seus parentes e amigos, e escapou para um país estranho, desconhecido, com sua jovem esposa e o bebê.


Como era noite, e sem tempo para preparar a viagem, é provável que saíram a pé pela estrada que conduz a Hebron. Em Hebron devem ter chegado ao amanhecer e sem demora, agilizaram os preparativos para uma rápida viagem. Com o ouro presenteado pelos Magos, devem ter adquirido dois camelos dromedários (que são os mais ágeis e velozes) e comprado provisões, abastecendo-se do necessário, para empreenderem a fuga.

Provavelmente, devem ter seguido uma rota passando pelo Vale Wâdi-el-Halil, objetivando chegar em Bersabéia, distante 45,5 quilômetros, porque ali já estavam fora dos limites territoriais de Herodes. A seguir, com mais tranqüilidade seguiram com a viagem para o Egito, atravessando quase 400 quilômetros de deserto. Presume-se que a Sagrada Família depois de cruzar a divisa entre os dois países, Israel e Egito, estabeleceram-se em Hasana, ao lado do Lago Timsah, onde hoje passa o Canal de Suez.

Lá permaneceram cerca de 4 meses, quando São José novamente foi avisado em sonho por um Anjo do SENHOR, que Herodes tinha morrido. Mas como em seu lugar, no Governo da Judéia, ficou o filho Arqueláu, mau e perverso como o pai, José que planejara regressar à Belém, decidiu levar sua esposa e JESUS para a casa que possuíam em Nazaré da Galiléia. (Mt 2,19-23)


Em Nazaré puderam viver unidos com tranqüilidade, construindo uma admirável família, exemplo para toda humanidade, pela consciência e responsabilidade paternal, pela harmonia que os envolvia, mesmo na simplicidade de suas funções e dos afazeres diários, revelando sobretudo que o amor sincero e honesto estava colocado num plano de real destaque, e era tão grande, que administrava fraternalmente e de maneira primorosa os sentimentos mais profundos, dos membros da Sagrada Família.

José, deitado nos braços de JESUS e de Maria, os grandes amores de sua vida, recebendo o conforto e a ternura na sua "hora derradeira", quando finalmente concluída a sua missão existencial partiu para a eternidade, para os braços afetuosos do ETERNO PAI. Ele provavelmente faleceu quando JESUS tinha 30 anos de idade, isto porque, a partir desta época o Novo Testamento não faz mais nenhuma referência a José.

Outra versão da vida de São José é relatada nos "Atos de São José" que é tido por muitos como sendo apócrifa, mas estudiosos como Origens, Euzébio e São Cipriano fazem referência em suas obras. Nesses "Atos" José teria se casado jovem e só foi prometido a Maria quando já era viúvo. José teria tido, no primeiro casamento, duas filhas e quatro filhos sendo o caçula chamado Tiago, que Jesus considerava como irmão e com ele teria passado sua infância e parte de sua adolescência. E Maria achou o menor Tiago na casa de seu pai e este estava triste pela perda de sua mãe e Maria o consolou e o criou. Assim Maria é as vezes chamada de mãe de Tiago. 

Com o passar dos anos o velho José tinha uma idade bem avançada, mas nunca deixou de trabalhar, nunca sua vista falhou e nunca ficava sem rumo, tonto, e como um rapaz ele tinha vigor e suas pernas e braços permaneceram fortes e livres de nenhuma dor. 

Quando aproximou-se a sua hora um anjo do Senhor veio até ele e disse a ele que estava para morrer e ele levantou-se e foi para Jerusalém orar no santuário e disse: "O Deus autor da consolação, O Senhor da compaixão, ó Senhor de toda a raça humana, Deus de meu corpo e espirito, com súplica eu Vos reverencio e Ó Senhor e meu Deus, se agora meus dias terminam e eu preciso deixar este mundo, peço a Vós que envie o arcanjo Miguel, o príncipe dos Vosso anjos, e deixe ele ficar comigo e leve minha alma deste aflito corpo sem problemas e sem terror. E José foi enterrado pelos seus amigos e parentes sem o odor dos mortos.

Imã

Perto, muito perto de ti, estão todos aqueles que já te precederam na viagem da morte.

Aqueles que subiram para o alto dos montes se referem à luz; no entanto, os que desceram para as furnas do vale agitam-se na sombra.

Quantos se sublimaram, no suor do serviço, mostram que vale a pena lutar e padecer, para que o bem se faça, e apelam para o bem, porque Deus é amor.

Contudo, os que se agarram às paixões inferiores mergulham-se nas trevas, como seres do lodo e, em largo desespero, convidam para o mal, a que se prendem, fracos, em tremenda ilusão.

Todos os que marcham no extremo auxílio aos outros ensinam-te, pacientes, a converter espinhos em roseirais eternos, mas quantos desprezaram as criaturas irmãs, no apego desvairado à posse de si mesmos, induzem-te a fazer de rosas passageiras duros espinheirais.

Não afirmes:"Sou pedra".

Nem digas: "Não percebo".

No lar do pensamento, estamos todos juntos.

Cada Espírito escolhe a força em que se inspira.

O raciocínio manda.

O sentimento guia.

Trazes, assim, contigo, o leme do destino escondido na mente, ocultando no peito o impulso que o dirige, porque tudo prospera aos golpes do desejo, e o imã do desejo chama-se coração.

(Emmanuel / Chico Xavier - Seara dos Médiuns)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Aura ou Ovo Áurico

(Extraído da obra Umbanda de Pretos-Velhos, autor Antonio Alves Teixeira Neto)

"OVO ÁURICO" OU AMBIENTE PESSOAL DAS CRIATURAS

Das múltiplas funções do nosso organismo, resultam importantes emanações de fluidos que, fazendo parte do conjunto, formam 7 (sete) invólucros (camadas fluídicas).

Obedecem estes invólucros ao comando mental e se encontram em íntima ligação com a região do nosso organismo físico chamado plexo solar.

Plexo solar é um conjunto de gânglios nervosos sobre [a região aproximada] da vulgarmente conhecida "boca do estômago". É, ao que se pode dizer, um segundo cérebro [em termos de produção de energias].

Esses invólucros constituem o ambiente pessoal da criatura, também chamado de Aura ou Ovo Áurico.

Um Ovo Áurico bem formado, isto é, resultante das emanações de bons fluidos (fluidos esses consequentes das boas irradiações do nosso sistema de nervoso) caracteriza-se por uma irradiação brilhante e de rara beleza e, desta forma, oferece certas e importantes resistências aos Retornos [choques energéticos que sofremos diariamente].

Apresenta-se, por outro lado, como que uma força atrativa que nos chama para perto das pessoas que, assim, o possuem.

Um Ovo Áurico mal formado, isto é, resultante da emanação de maus fluidos (fluidos esses consequentes das más irradiações - ódio, inveja, ciúme, despeito, etc - do nosso sistema nervoso) caracteriza-se, ao contrário, por uma irradiação escura e sem beleza e, desta forma, não oferece resistência aos Retornos.

Nestas condições, apresenta-se como que uma força que nos causa repulsa ao nos aproximarmos das pessoas que, assim, o possuem.

De Robertis - grande cientista que o foi - dizia que: "de indivíduo para indivíduo, há a emancipação de um fluido magnético (apatia) que se transforma em simpatia (quando atrai os que o cercam) ou em antipatia (quando causa repulsa aos que dele se aproximam)".

Embora em número de 7 (sete) - número esse exigido se, em verdade, quiséssemos fazer um estudo profundo sobre o assunto - vamos aqui admitir apenas 3 desses invólucros:

a) Fluidina;
b) Hetero-Fluidina;
c) Fluidina-Cromática.

Esses invólucros, como os demais, diferenciam-se pela sua coloração e pela atuação que têm com relação a criatura a que pertencem.

Encontram-se eles - na ordem que os indicamos - de dentro para fora (do centro para a periferia do desenho - e atuam da seguinte forma: 

a) Fluidina - interpenetra o nosso organismo físico e corresponde à parte sólida do corpo, isto é, o tecido ósseo;

b) Hetero-Fluidina - é mais tênue que a anterior; atua sobre o "tecido" sanguineo, isto é, o sangue (todo o nosso corpo é revestido de uma rede vastíssima de vasos [veias e artérias] onde circula o líquido da vida - o sangue);

c) Fluidina-Cromática - provém do próprio Espírito e, por isso mesmo caracteriza suas vibrações.

O "tecido sanguineo", isto é, o sangue é que fornece maior atração aos elementos em formação no astral e, nele, depois que o atinge, atua a Magia nos seus trabalhos.

Para que nosso organismo (nosso corpo material) possa gozar de boa saúde, tranquilidade e bem-estar, é necessária a boa formação de nosso Ovo Áurico, por isso que, do estado deste, dependerá o estado do corpo e, das condições do nosso corpo material (organismo físico) dependerá o nosso ambiente pessoal ou, em outras palavras, a nossa própria saúde, física e mental. 

"Tudo depende da moral e dos bons princípios. Devem ter estes por base a elevação do Espírito e, consequentemente, são também básicos da aproximação com os Planos Superiores; tudo é produto  
da extensão e sabedoria do Criador; faz parte mesmo da criação da natureza" (do livro "Primeiras Revelações de Umbanda" - Ordem dos Cavaleiros da Grã-Cruz).





Mediunidade e Vida

“Diante da mediunidade que te desvela o mundo espiritual e te fala de responsabilidades graves, penetra a mente no seu estudo e absorve as instruções necessárias ao trânsito feliz, na execução do programa a que te vinculas.

Elegeste o compromisso que te exorna a vida antes da reencarnação.

Rogaste a oportunidade do serviço mediúnico, na condição de terapia abençoada para a própria existência.

Empenhastes os teus valores e esforços a fim de que os recursos mediúnicos te descerrassem as portas da imortalidade, e pudesse adentrar pela Erraticidade* [*condição do espírito desencarnado, entre uma encarnação e outra*] tomando consciência da necessidade de brindá-la aos que estão anestesiados no corpo.

Recebestes a concessão como forma de libertação de complexos atavismos que te julgulavam a reminiscências dolorosas, responsáveis por sofrimentos atuais que te remanesciam, como recurso depurativo.

Agora que sentes a presença dos Espíritos cooperando contigo ou gerando alguma aflição, aprimora-te para servir-lhes de ponte no intercâmbio iluminativo, que a ti e a eles beneficiará.

Não relutes ante o serviço atraente, nem te consideres privilegiado, em caráter de exceção.

Mediunidade é porta de serviço que se abre, abençoada, em favor das criaturas de ambos os planos da vida.

Não é responsável, a mediunidade, pelos fenômenos psicopatológicos que aturdem as criaturas humanas.

O Espírito é herdeiro de seus próprios atos.

A mediunidade, nos servidores negligentes e endividados, somente faculta que a sintonia com os desencarnados em débitos favoreça-os na execução dos programas de compromissos que ficaram interrompidos...

Obsessão, histeria, alucinação, epilepsia e outros distúrbios emocionais e mentais encontram-se ínsitos no ser endividado, que a terapia competente, na área médica como na mediúnica, soluciona, graças, sobretudo, à transformação moral do paciente para melhor.

Todo distúrbio tem suas raízes no ontem de quem o sofre.

A mediunidade é dádiva da vida para a existência humana, em forma de construção do bem permanente.

Vive-a em todos os instantes da tua existência, e experimentarás a ventura de servir e te iluminares.

Paulto de Tarso (apóstolo Paulo) tanto se empenhou na vivência do ministério, que, médium de Jesus, incorporou-O ao seu cotidiano.

Teresa de Àvila, igualmente, absorveu o conteúdo dos contatos com o Senhor de tal forma que Lhe ofereceu a vida.

E Allan Kardec, tomando Jesus como modelo e guia para todos os seres, conclama-os à vivência dos deveres, estabelecendo a necessidade de serviço no bem, que transforma o exercício mediúnico em mediunato [quando o exercício da mediunidade se torna uma missão], vivendo a experiência transcendente que se lhe incorporará à vida.

Mediunidade com Jesus e Vida são termos da equação existencial para lograr-se a plenitude.

(Espírito Joanna De Ângelis, médium: Divaldo P. Franco – em, Momentos Enriquecedores)

Equipe Mediúnica

No conjunto orquestral, cada instrumento deve ajustar-se à melodia, não obstante a maneira particularista com que se externe.

Também na equipe de serviço espiritual, cada mente precisa afinar-se com a tarefa, embora vibre em diversa expressão.

Não podes pensar com a cabeça dos outros; todavia, no circulo medianímico, qual acontece em qualquer obra de grupo, é indispensável te harmonizes com as ações a fazer.

Observa, assim, a onda em que te situas.

Se dizes de ti para contigo: “confio no médium”, robusteces o contingente de forças para a realização do melhor; contudo, se adicionas: “mas duvido da sinceridade da assistência que o cerca”, fazes Imediatamente o contrário.

Se refletes: “quero ouvir o companheiro que ensina”, estendes auxílio valioso ao amigo que se utiliza da palavra na pregação; entretanto, se acrescentas: “mas o orador fala em excesso”, entras logo a enfraquecê-lo.

Se afirmas intimamente: “a reunião é para mim um grande conforto”, crias seguro apoio à produção de valores edificantes; no entanto, se aditas: “mas o trabalho é demorado e enfadonho”, passas, de repente, a suprimir-lhe os efeitos benéficos.

Quem aprova e critica, ajuda e desajuda.

Nenhuma construção, porém, se levanta a golpes de marchas e contramarchas. Ao revés disso, reclama determinação e disciplina, perseverança e objetivo.

A reunião mediúnica é também assim.

Se queres cooperar, dentro dela, a fim de que produza frutos de ordem e elevação, consolo e ensinamento, repara, acima de tudo, a onda em que te colocas.

(Espírito Emmanuel, médium Chico Xavier – em, Seara dos Médiuns)

Afinidade

O homem permanece envolto em largo oceano de pensamentos, nutrindo-se de substância mental, em grande proporção.

Toda criatura absorve, sem perceber, a influência alheia nos recursos imponderáveis que lhe equilibram a existência.

Em forma de impulsos e estímulos, a alma recolhe, nos pensamentos que atrai, as forças de sustentação que lhe garantem as tarefas no lugar em que se coloca.

O homem poderá estender muito longe o raio de suas próprias realizações, na ordem material do mundo, mas, sem a energia mental na base de suas manifestações, efetivamente nada conseguirá.

Sem os raios vivos e diferenciados dessa força, os valores evolutivos dormiriam latentes,em todas as direções.

A mente, em qualquer plano, emite e recebe, dá e recolhe, renovando-se constantemente para o alto destino que lhe compete atingir.

Estamos assimilando correntes mentais, de maneira permanente.

De modo imperceptível, “ingerimos pensamentos”, a cada instante, projetando, em torno de nossa individualidade, as forças que acalentamos em nós mesmos.

Por isso, quem não se habilite a conhecimentos mais altos, quem não exercite a vontade para sobrepor-se às circunstâncias de ordem inferior, padecerá, invariavelmente, a imposição do meio em que se localiza.

Somos afetados pelas vibrações de paisagens, pessoas e coisas que cercam.

Se nos confiamos às impressões alheias de enfermidade e amargura, apressadamente se nos altera o “tônus mental”, inclinando-nos à franca receptividade de moléstias indefiníveis.

Se nos devotamos ao convívio com pessoas operosas e dinâmicas, encontramos valioso sustentáculo aos nossos propósitos de trabalho e realização.

Princípios idênticos regem as nossas relações uns com os outros, encarnados e desencarnados.

Conversações alimentam conversações.

Pensamentos ampliam pensamentos.

Demoramo-nos com que se afina conosco.

Falamos sempre ou sempre agimos pelo grupo de espíritos a que nos ligamos.

Nossa inspiração está filiada ao conjunto dos que sentem como nós, tanto quanto a fonte está comandada pela nascente.

Somos obsidiados por amigos desencarnados, ou não, e auxiliados por benfeitores, em qualquer plano da vida, de conformidade com a nossa condição mental.

Daí, o imperativo de nossa constante renovação para o bem infinito.

Trabalhar incessantemente é dever.

Servir é elevar-se.

Aprender é conquistar novos horizontes.

Amar é engrandecer-se.

Trabalhando e servindo, aprendendo e amando, a nossa vida íntima se ilumina e se aperfeiçoa, entrando gradativamente em contacto com os grandes gênios da imortalidade
gloriosa.

(Espírito Emmanuel, médium Francisco C. Xavier, em Roteiro)

Pedidos

Não peças aos amigos espirituais para que te rasguem um veio de ouro. 

A fortuna imerecida pode sepultar-te o coração na cova da preguiça. 

Não peças aos benfeitores da Vida Maior para que sejas conduzido ao leme do poder. 

A autoridade inoportuna pode encurralar-te no fogo da violência. 

Não peças aos instrutores de outras esferas que te ofertem segredos da perfeição corpórea. 

A beleza efêmera pode situar-te no vicio. 

Não peças aos mensageiros divinos o privilégio da posse. 

A posse mal conduzida atrai os milhafres da usura. 

Não peças aos companheiros desencarnados os enfeites da fama. 

A fama, sem alicerces respeitáveis, atrai as víboras da calúnia. 

Não peças aos emissários do Senhor os regalos do conforto excessivo. 

A escravidão do conforto excessivo atrai os gafanhotos da inveja. 

Pede a todos eles para que te amparem o próprio aperfeiçoamento, porque, aprimorando a ti mesmo, perceberás que a existência na Terra é estágio na escola da evolução, em que o trabalho constante nos ensina a servir para merecer e a raciocinar para discernir.

(Emmanuel / Chico Xavier – Seara dos Médiuns)

Três Atitudes

"Entendendo-se que o egoísmo e o orgulho são qualidades negativas da personalidade mediúnica, obscurecendo a palavra da Esfera Superior, e compreendendo-se que o bem é a condição inalienável para que a mensagem edificante seja transmitida sem mescla, examinemos essas três atitudes, em alguns dos quadros e circunstâncias da vida.

Na sociedade:
O egoísmo faz o que quer.
O orgulho faz como quer.
O bem faz quanto pode, acima das próprias obrigações.

No trabalho:
O egoísmo explora o que acha.
O orgulho oprime o que vê.
O bem produz incessantemente.

Na equipe:
O egoísmo atrai para si.
O orgulho pensa em si.
O bem serve a todos.

Na amizade:
O egoísmo utiliza as situações.
O orgulho clama por privilégios.
O bem renuncia ao bem próprio.

Na fé:
O egoísmo aparenta.
O orgulho reclama.
O bem ouve.

Na responsabilidade:
O egoísmo foge.
O orgulho tiraniza.
O bem colabora.

Na dor alheia:
O egoísmo esquece.
O orgulho condena.
O bem ampara.

No estudo:
O egoísmo finge que sabe.
O orgulho nunca busca saber.
O bem aprende sempre, para realizar o melhor.

[...] O egoísmo e o orgulho são dois corredores sombrios, inclinando-nos, em toda parte, ao vício e à delinquencia em angustiantes processos obsessivos, e só o bem é capaz de filtrar com lealdade a Inspiração Divina, mas, para isso, é indispensável não apenas admirá-lo e divulgá-lo; acima de tudo, é preciso querê-lo e praticá-lo com todas as forças do coração".

(Emmanuel / Chico Xavier - Seara dos Médiuns)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Falatórios

Poucas expressões da vida social ou doméstica são tão perigosas quanto o falatório desvairado, que oferece vasto lugar aos monstros do crime.

A atividade religiosa e científica há descoberto numerosos fatores de desequilibrio no mundo, colaborando eficazmente por extinguir-lhes os focos essenciais.

Quanto se há trabalhado, louvavelmente, no combate ao álcool e à sífilis?

Ninguem lhes contesta a influência destruidora. Arruinam coletividades, estragam a saúde, deprimem o caráter.

Não nos esquecemos, porém, do falatório maligno que sempre forma, em derredor, imensa familia de elementos enfermiços ou aviltantes, à feição de vermes letais que proliferam no silêncio e operam nas sombras.

Raros meditam nisso.

Não será, porventura, o verbo desregrado o pai da calúnia, da maledicência do mexerico, da leviandade, da perturbação?

Deus criou a palavra, o homem engendrou o falatório.

A palavra digna infunde consolação e vida. A murmuração perniciosa propicia a morte.

Quantos inimigos da paz do homem se aproveitam do vozerio insensato, para cumprirem criminosos desejos?

Se o álcool embriaga os viciosos, aniquilando-lhes as energias, que dizer da lingua transviada do bem que destrói vigorosas sementeiras de felicidade e sabedoria, amor e paz? Se há educadores preocupados com a intromissão da sifilis, por que a indiferença alusiva aos desvarios da conversação?

Em toda parte, a palavra é indice de nossa posição evolutiva. Indispensável aprimorá-la, iluminá-la e enobrecê-la.

Desprezar as sagradas possibilidades do verbo, quando a mensagem de Jesus já esteja brilhando em torno de nós, constitui ruinoso relaxamento de nossa vida, diante de Deus e da própria consciência.

Cada frase do discípulo do Evangelho deve ter lugar digno e adequado.

Falatório é desperdício. E quando assim não seja, não passa de escura corrente de venenos psíquicos, ameaçando espíritos valorosos e comunidades inteiras.

(Emmanuel / Chico Xavier - Vinha de Luz)

Estados de Consciência

Amigos,

Segue um novo texto, tratando dos Estados de Consciência, fundamental para a compreensão mais ampla das questões da existência humana e até mesmo das variadas gradações mediúnicas.

A partir da ampliação da Consciência de Si-Mesmo seguem-se várias possibilidades de expressões das potencialidades humanas, englobando desde as diversas formas de criatividade e estilos de vida saudável a, até mesmo, as variações possíveis dos níveis da Consciência Mediúnica, a qual contempla em si o Transe, caracterizador dos estados alterados de consciência, cuja sua qualidade está justamente em razão de quanto mais profunda for a Consciência do Ser.

Boa leitura!

Estados de Consciência


“A Psicologia Transpessoal considera que os seres humanos transitam na Terra em variados níveis de consciência. De acordo com Grof (apud Saldanha, 1999 pg. 95), a consciência ‘é a expressão e o reflexo de uma inteligência cósmica que permeia todo o Universo e toda a existência’.

A tradição hindú já identificava os vários níveis de consciência, pois encontramos nos Upanixades, da sua tradição milenar, a seguinte inscrição:

‘A primeira condição é a vida despertar para o movimento exterior da consciência. A segunda condição é a vida de sonho do movimento interior da consciência. O terceiro estado é o sono profundo, da consciência silenciosa, em que não há aquisição – em que não há visão nem mesmo de sonhos. É um estado de unidade. Aquele que conhece o terceiro estado mede tudo com a mente e atinge o fim último...’(MEHTA, 2003)

A percepção dos estados alterados de consciência ganhou campo através dos experimentos de Grof e outros pesquisadores com a Dietilamida do Ácido Lisérgico, mais conhecido como LSD, substância alucinógena capaz de provocar intensas alterações na consciência. Grof ministrava doses controladas (e permitidas naqueles países) de LSD nas pessoas, incluindo ele mesmo, e acompanhava as reações fisiológicas e os efeitos daquela substância na psique.

Essas ‘viagens psicodélicas’ faziam com que os pacientes trouxessem à consciência percepções do inconsciente profundo, além de experiências místicas de estarem fora do corpo com o próprio Grof. Posteriormente, verificou-se que não era necessário o uso de drogas alucinógenas para produzir tais efeitos, mesmo porque o risco era considerável, porquanto isso poderia gerar dependência, além dos danos irreversíveis no campo físico.

Deram-se conta de que os grandes místicos da História, através da meditação e da oração, assim como nos fenômenos da mediunidade e na dedicação profunda ao próximo, haviam vivenciado profundas experiências de estado alterado de consciência.

Para a Psicologia espírita, conforme Joanna de Ângelis (2007, pg 204), ‘a iluminação interior procede da busca do vir-a-ser harmonizando-se com o ser que já foi conquistado...e aquele que possui maior capacidade de concentração, de reflexão, de vida interior, mais facilmente pode iluminar-se...’ Ocorre que, embora se possa produzir vislumbres de uma consciência mais ampla de modo artificial, somente a modificação da atitude perante a vida logrará conquistá-la, de uma forma responsável e saudável. A consciência não proporciona saltos milagrosos, mas uma conquista passo a passo, à medida que o ser conquista a si mesmo.

Referências:

Saldanha, Vera. A Psicologia Transpessoal (1999)
Mehta, Rohir. O chamado dos Upanixades (2003)
Ângelis, Joanna de (Espírito); Franco, Divaldo P. (médium). Autodescobrimento: Uma Busca Interior (2007)

(Sinoti, Cláudio – Cap. 7 Da Psicologia Humanista à Psicologia Transpessoal: A 3ª e a 4ª Forças em Psicologia")

Benfeitores Desencarnados

Perceberás, sem dificuldade, a presença deles.

Onde as vozes habituadas a escarnecer se mostram a ponto de condenar,
eles falam a palavra da compaixão e do entendimento.

Onde as cruzes se destacam, massacrando ombros doridos, eles surgem,
de Inesperado, por cireneus silenciosos, amparando os que caíram em
desagrado e abandono.

Onde os problemas repontam, graves, prenunciando falência, eles semeiam
a fé, cunhando valores novos de trabalho e esperança.

Onde as chagas se aprofundam, dilacerando corpo e alma, eles se
convertem no remédio que sustenta a força e restaura a vida.

Onde o enxurro da ignorância cria a erosão do sofrimento, no solo do
espírito, eles plantam a semente renovadora da elevação, regenerando o
destino.

Onde os homens desistem de auxiliar, eles encontram vias diferentes de
ação para a vitória do Amor Infinito.

Anseias pela convivência dos benfeitores desencarnados, com residência
nos Planos Superiores, e tê-los-ás contigo, se quiseres.
Guarda, porém, a convicção de que todos eles são agentes do bem para
todos e com todos, buscando agir através de todos em favor de todos.

Disse Jesus: “Quem me segue não anda em trevas.”

Se acompanhas os Bons Espíritos que, em tudo e por tudo, se revelam
companheiros fiéis do Cristo, deixarás para sempre as sombras da retaguarda
e avançarás para Deus, sob a glória da luz.

Intercâmbio

Toda vez que um agrupamento de preces se reúne, observamos sempre rogativas e pensamentos elevados à Esfera Superior, na expectativa com que se congregam os companheiros encarnados, na procura de reconforto.

E respondendo, movimentam-se falanges de servidores, fraternos e amigos, estimulando as obras do bem para a alegria de todos.

São ensinamentos novos que se derramam.

Informações iluminativas que descerram sendas edificantes.

Bálsamos para chagas abertas.

Remédios para enfermidades diversas.

Auxílios que se estendem à vida mental coletiva.

Bênçãos de consolação que refazem a esperança.

Socorro espiritual às dores comuns. Amparo indistinto por resposta abençoada do Céu às perguntas aflitivas da Terra.

Não nos esqueçamos, porém, de que o movimento é de intercâmbio. Se o homem recebe o concurso dos Espíritos Benfeitores, é natural que os Espíritos Benfeitores algo esperem igualmente do homem.

Nada existe sem permuta ou sem resultado.

O lavrador planta as sementes e recolherá os frutos.

O lapidário auxilia a pedra, que lhe retribui, mais tarde, com a sua beleza e brilho.

O idealista sofre a tortura do sonho, para contemplar, algum dia, o prêmio da realização.

E nós, que tanto temos recebido de Jesus, que oferecemos em troca?

Que cedemos de nós mesmos, em honra do amor, pelos benefícios com que o Senhor nos ampara e levanta?

Não alimentemos qualquer dúvida.

A mensagem divina pede a resposta humana.

O anjo cede.

O homem pode contribuir.

No grande campo da sementeira evangélica que a Doutrina Espírita nos descortina, há muitos recursos do Alto, disseminando consolações e conhecimentos no mundo. Todavia, não olvidemos que há muito trabalho à nossa espera.

Não nos esqueçamos.

O apostolado da redenção é da Espiritualidade Superior; mas é também formado de serviço, fraternidade e colaboração na Terra.

O progresso universal, em todos os tempos, é obra de intercâmbio.

(Emmanuel, Chico Xavier – em, Mediunidade e Sintonia)

Sintonia Mediúnica

Para cooperar na mediunidade, a serviço do bem, não deves esperar que os instrutores desencarnados te impulsionem as peças orgânicas, como se fosses um fardo movido a guindaste.

No reino da alma, o trabalhador, enquanto precise de inspiração, não pode considerar-se mola inerte.

Indiscutivelmente, o mecanismo espontâneo é nota destacada e importante, à feição de novidade para a convicção; contudo, as edificações do sentimento e da idéia exigem a vigilância da consciência.

Por isso mesmo, em qualquer condição de força medianímica, podes colaborar com as Inteligências superiores, domiciliadas na Vida Maior, em favor do progresso humano.

Se tens dificuldade para compreender-nos a assertiva, repara os campos da ação da própria Terra, em que o serviço dinamiza a responsabilidade nos mais diversos graus.

No levantamento do prédio vulgar, o pedreiro comum, embora consciente de sua tarefa trabalha com o espírito dirigente do mestre-de-obras; este trabalha com o espírito do arquiteto que planejou o edifício e o arquiteto trabalha com o espírito do urbanista que institui o gabarito da via pública.

Na escola, o professor de determinada disciplina, embora consciente de sua função, age com o espírito do diretor imediato; o diretor age com o espírito do técnico de ensino e o técnico de ensino age com o espírito das autoridades que presidem os serviços da educação.

Medita no assunto e perceberás que é muito difícil te movimentes sozinho, nesse ou naquele rumo da vida.

Em toda a parte, pensas e fazes algo sob influência de alguém.

E, entendendo que todos nos encontramos consideravelmente distantes do bem verdadeiro, não percas tempo perguntando se o bom pensamento te pertence à cabeça.

Recorda, acima de tudo, que o bem puro verte essencialmente de Deus e que os mensageiros de Deus tomar-te-ão sob a tutela do amor, se te dispões a servir.

(Emmanuel/Chico Xavier - Seara dos Médiuns)

Obrigação Primeiramente

"Faze da mediunidade o instrumento com que possas desferir, entre as criaturas irmãs, o teu hino de amor.

Entretanto, não lhes situes os acordes em leilão.

Quanto o Sol, que não negocia com a própria luz, o Espírito não mercadeja com os próprio sentimentos.

Se a vaidade te exagera o valor, pensa um pouco e reconhecerás que a vida, junto de ti, pode suscitar a formação de valores novos que te lancem todas as possibilidades em plena sombra. E quando a ambição busque elevar-te à galeria de ouro, reflete na agonia mental de todos aqueles que descem da galeria de ouro para a névoa da morte.

Mediunidade é talento divino nas tuas mãos e a Divina Bondade nunca se vende.

Se pudéssemos definir Deus, seria lícito repetir que Deus é amor e o amor é trabalho do bem por todas as direções.

O trabalho, desse modo, é o alicerce da existência produtiva, assim como a raiz é o fundamento da árvore.

Se alguém disser que é necessário abandones as tuas tarefas a fim de que haja virtude no caminho do próximo, enredando-te ao ruído ou à festividade que a tua presença consiga criar onde estejas, não te esqueças que o Cristo pagou, em acerba renunciação, a própria fidelidade ao Supremo Senhor, na prestação de serviço aos homens.

Pregação sem exemplo é cheque sem fundos.

Angaria o teu sustento, com a disciplina da alma e o suor do rosto, e cede ao intercâmbio espiritual o tempo que lhe possas consagrar por oferta de ti mesmo.

Não te rendas a ilusões, nem te creias maior.

Além do manancial, corre a fonte; além da fonte, vem o córrego; além do córrego, desponta o riacho; além do riacho, aparece o rio e; além do rio, surge o mar.

Primeiro, a obrigação que nos purifique.

E, depois da obrigação, entrega à mediunidade aquilo que lhe possas doar espontaneamente, sem qualquer tisna de interesse inferior, como sendo a tua quota de esforço puro na obra do bem geral.

Não importa seja pouco.

O maior edifício começa tijolo a tijolo.

Por mais negra a escuridão, fina réstia de luz rompe a força das trevas.


(Emmanuel / Chico Xavier - Obrigação Primeiramente - Seara dos Médiuns)

Força Mediunica

Considerando-se a força mediúnica como recurso inerente à personalidade humana, de vez que, dentro de grau menor ou maior, transparece de todas as criaturas, comparemo-la à visão comum.

Efetuado o confronto, reconheceremos que, em essência, os olhos de um analfabeto, de um preguiçoso, de um malfeitor e de um missionário do bem não exibem qualquer diferença na histologia da retina.

Em todos eles, a mesma estrutura e a mesma destinação.

Imaginemos fosse concedida, aos quatro, determinada máquina com vistas à produção de certos benefícios, acompanhada da respectiva carta de instruções para o necessário aproveitamento.

O analfabeto teria, debalde, o aparelho, por desconhecer como deletrear o processo de utilização.

O preguiçoso conheceria o engenho, mas deixá-lo-ia na poeira da inércia.

O malfeitor aproveitá-lo-ia para explorar os semelhantes ou perpetrar algum crime.

O missionário do bem, contudo, guará-lo-ia sob a sua responsabilidade, orientando-lhe o funcionamento na utilidade geral.

Força medianímica, desse modo, quanto acontece a capacidade visual, é dom que a vida outorga a todos.

O que difere, em cada pessoa, é o problema de rumo.

Nisso reside a razão pela qual os Mensageiros Divinos insistirão, ainda por muito tempo, pela sublimação das energias psíquicas, a fim de que os frutos do bem se multipliquem por toda a Terra.

Não valem médiuns que apenas produzam fenômenos.

Não valem fenômenos que apenas estabeleçam convicções.

Não valem convicções que criem apenas palavras.

Não valem palavras que apenas articulem pensamentos vazios.

A vida e o tempo exigem trabalho e melhoria, progresso e aprimoramento.

Mediunidade, assim, tanto quanto a visão física, representa, do ponto de vista moral, força neutra em si própria.

A importância e a significação que possa adquirir dependem da orientação que se lhe dê.

Por isso mesmo, os amigos desencarnados, sempre que responsáveis e conscientes dos próprios deveres diante das Leis Divinas, estarão entre os homens exortando-os à bondade e ao serviço, ao estudo e ao discernimento, porquanto a força mediúnica, em verdade, não ajuda e nem edifica quando esteja distante da caridade e ausente da educação.

(Emmanuel/Chico Xavier - Seara dos Médiuns)

Ser Medium

Abraçando a mediunidade, muitos companheiros na Terra, adotam posição de absoluta expectativa, copiando a inércia das máquinas.

Concentram-se mentalmente [isso quando conseguem] e aguardam, imóveis, nulificados, a manifestação dos Espíritos Superiores, esquecendo-se de que o verdadeiro servidor assume sempre a iniciativa da gentileza, na mais comezinha atividade doméstica.

Vejamos a lógica do cotidiano.

Um diretor de escritório não exigirá que o auxiliar se faça enciclopédia humana, a fim de receber-lhe a cooperação, mas solicita seja ele uma criatura ordeira e laboriosa, com a necessária experiência em assuntos de escrita.

Um médico não reclamará do enfermeiro uma certidão de grandeza moral para aceitar-lhe o concurso; no entanto, contará seja ele pessoa operosa e sensata, com a precisa dedicação aos doentes.

O proprietário de um ônibus não se servirá da atenção do farmacêutico, em sua oficina; mas procurará um motorista que não apenas saiba manobrar o volante, mas que o ajude também a conservar o carro.

O farmacêutico, a seu turno, não se utilizará da atenção de um motorista, em sua casa, mas procurará um colaborador que não apenas saiba vender remédios, mas que o ajude também a aviar as receitas.

Cada trabalhador permanece em sua própria tarefa, embora a interdependência seja o regime da vida apontado a todos.

Ser médium é ser ajudante do Mundo Espiritual. E ser ajudante em determinado trabalho é ser alguém que auxilia espontaneamente, descansando a cabeça dos responsáveis.

Se não podes compreender isso, observa o avião, por mais simples ele seja. Tudo é amparo inteligente e ação maquinal no comboio aéreo. Torres de observação esclarecem-lhe a rota e vigorosos motores garantem-lhe a marcha.

Mas tudo pode falhar, se falharem o entendimento e a disciplina no aviador que está dentro dele.

(Emmanuel /Chico Xavier - Seara dos Médiuns).

Inspiração

"Em qualquer consideração sobre a mediunidade, não te esquives à inspiração, campo aberto a todos nós e no qual podemos construir para o bem, assimilando o pensamento da Esfera Superior.

Não vale fenômeno sem proveito.

Um homem que enxergasse, num vale de cegos, sem diligenciar qualquer auxílio aos irmãos privados da luz, não passaria de uma lente importante, entregue a si mesma.

Aquele que conversasse numa província de mudos, fugindo de prestar-lhes concurso na reconquista da fala, assemelhar-se-ia tão-somente a uma discoteca ambulante.

Quem se locomovesse à vontade, numa terra de paralíticos, negando-lhes apoio para que readquirissem a herança do movimento, seria para eles uma ave rara e anormal, agindo de forma humana.

A pessoa que ouvisse, numa ilha de surdos, desertando da cooperação fraterna para que reaprendessem a escutar, seria apenas uma registradora de sons.

A criatura que ensinasse lógica e conduta numa colônia de alienados mentais e não procurasse um meio, ainda que simples, de amparar-lhes o retorno à razão, estaria, entre eles, como arquivo de máximas inassimiláveis.

Não te asseveres incapaz de servir, porque te falte mais ampla incursão no inabitual.

Recurso psíquico, sem função no bem, é igual à inteligência isolada ou ao dinheiro morto, excelentes aglutinantes da vaidade e da sovinice.

De toda a ocorrência, observa o préstimo.

E certos de que o pensamento é onda de força viva que nos coloca em sintonia com os múltiplos reinos do Universo, busquemos a inspiração do bem para o trabalho do bem que nos compete, conscientes de que as maravilhas mediúnicas, sem atividade no bem de todos, podem ser admiráveis motivos a preciosas conversações entre os esbanjadores da palavra, mas, no fundo, são sempre exclusivismo de alguém, sem utilidade para ninguém".

(Emmanuel/Chico Xavier - Seara das Médiuns)

Saúde e Cura na Umbanda


Por: Gregorio Lucio


Cada prática terapêutica obedece a uma concepção a respeito do ser humano. Na Umbanda, os aspectos do binômio saúde-doença são identificados por meio de interpretações fornecidas pelas concepções próprias acerca da realidade existencial dos seres, estando vinculadas a uma linguagem (verbal e não-verbal) e a uma simbologia características, as quais proporcionam a identificação dos estados doentios e auxiliam no tratamento do paciente, tornando-se uma forma criativa e complementar da terapêutica médica convencional.

Na Umbanda, entendemos a Individualidade como sendo essencialmente de natureza Espiritual, vinculada às experiências que esta tenha realizado ao longo de seu périplo carnal (sucessivas encarnações), tendo como resultado de suas vivências anteriores (se mais ou menos felizes) as disposições que irão influenciar, em termos de saúde-doença, a sua presente encarnação.

Soma-se à isso, a compreensão umbandista de que a Individualidade Espiritual - a qual somos cada um de nós - manifesta-se como parte integrante de uma estrutura de relação existencial além de Si-mesma. De tal sorte que os seres humanos, cada um de maneira particular, está associado aos seus ancestrais espirituais e divinos, como sejam seus Guias, Protetores e Orixás.

Assim, as vivências psíquicas do indivíduo resultam não somente daquilo que seria próprio de um sujeito portador de uma consciência centrada somente em si-mesmo, mas também como estando [a sua consciência] situada num sistema mais amplo, sujeito a influências e atuações de forças de origem transcendente, provindas do mundo espiritual, por meio dos seres extra-físicos com as quais esteja vinculado.

É uma demanda comum aos templos de Umbanda espalhados pelo país, a das pessoas portadoras dos mais variados problemas, na área da saúde ou social, as quais buscam o auxílio desta religião para a solução de suas queixas.

"No Brasil, o sincretismo de invocação religiosa, os remédios, as simpatias, as rezas, fazem parte de um agir coerente em busca da cura" (Andrade, 2005).

A precariedade das condições de vida e acesso aos meios de tratamento das doenças, no passado, bem como a sempre presente necessidade interior de ser entendida não somente como um complexo orgânico, mas principalmente como individualidade transcendente/espiritual, levaram a grande massa de pessoas a buscarem o socorro aos curandeiros, rezadores, benzedeiros, médiuns (entre outros) de todas as épocas de nossa sociedade.

No caso da Umbanda, o terreiro é um dos pontos de vivência fundamentais na lide dos processos de saúde e cura do indivíduo. Os templos religiosos fazem-se pontos centrais no processo de apoio na busca do tratamento terapêutico. "Tais entidades e suas crenças servem de base e de fator disseminador destas práticas de cura, assim como estas as compõem fazendo parte de seus principais rituais e práticas" (Andrade, 2005).

Sendo assim, a busca pelo contato com as Entidades Espirituais, Guias e Protetores da Corrente Astral de Umbanda configura-se como o recurso direto para a solução e a cura dos males variados na vivência cotidiana dos pacientes. No rito umbandista, os seres vindos dos planos elevados do mundo espiritual (a Aruanda), chegam à Terra (o terreiro) para trabalharem a favor dos necessitados, os quais podem relacionarem-se de maneira direta com estes, dirigindo-lhes seus pedidos e rogativas.

Cremos, como umbandista, que os desequilíbrios manifestos no complexo psíquico/orgânico do indivíduo surgem em decorrência das disfunções de ordem energética entre seus corpos espirituais, ocasionando a quebra da homeostase, efetivando-se em desarmonias variadas. Tal mecanismo pode ocorrer por conta de processos próprios do indivíduo, mediante ocorrências em sua vida cotidiana, em seus aspectos psicológicos (complexos psíquicos, conflitos existenciais, depressão, stresse, etc), bem como por aqueles de ordem orgânica (males de ordem genética ou ocasionados por hábitos e vícios maléficos à saúde, exposição a agentes externos, etc.). Da mesma forma, também a vinculação à entidades espirituais de caráter negativo e perturbador (os chamados obsessores, quiumbas, "encostos"), também surgem no rol das circunstâncias que podem levar a desequilíbrios na área da saúde, segundo a concepção umbandista.

Dentro deste contexto religioso, verificar-se-ão as várias formas de tratamento e cura promovidos pelas práticas umbandistas, como sejam os "benzimentos", os "passes", as "desobsessões", o "transporte", os "ebós", os "banhos de folhas", as "defumações", entre outros.

A medicina convencional, primordialmente, irá valer-se do tratamento dos sintomas por meio da diagnose e prognose adequadas, administrando remédios e terapêuticas variadas com o intuito de dissipar a doença, contribuindo com a melhoria na qualidade de vida do paciente.

A utilização de duas angulações diferentes a respeito da realidade do indivíduo associa modalidades diagnóstico-terapêuticas distintas, mas complementares.

Por fim, diremos que todo o Rito de Umbanda, é uma prática de cura, por meio da qual nossos Guias e Protetores, no simples ato de sua incorporação, trazem ao terreiro suas irradiações de Saúde e Harmonia, integrando-as no psiquismo e no organismo do médium, enquanto percorrem o congá, dançando ou caminhando, descarregam e limpam o ambiente, assim como atraem para si as entidades "negativas" - trazidas para tratamento - e desfazem os acúmulos de energias deletérias que porventura tenham se agregado por conta da irradiações de pensamento de todos quantos estejam presentes ao rito em condições de sofrimento e perturbação.


Toda a gira de Umbanda é curativa por excelência, pois coloca-nos em contato com o Divino, fonte próspera e inesgotável de Felicidade e Saúde, da qual cada um se alimentará mediante as suas possibilidades de momento e condições de assimilação das experiências no campo do Sagrado, junto aos nossos Orixás que irradiam sobre todos nós sua cobertura em forma de amor e força interior para prosseguirmos em nossa jornada.



Saravá a todos!


Referências:
Andrade, J.T (2010). Ritos terapêuticos entre rezadores no Grande Bom Jardim, em Fortaleza: persistência dos saberes comunitários em saúde (artigo científico).
Zangari, Wellington (2008). Consciência, Saúde e Psicologia Anomalística: o caso das interações anômalas de ação fisiológica à distância (artigo científico).
Giglio-Jacquemot, Armelle (2006). Médicos do Astral e Médicos da Terra. As relações da Umbanda com a Biomedicina (artigo científico, Revista Mediações).
Jorge, E.F.C. (2008). O embate entre Medicina e múltiplas artes de cura no Brasil - A inovação da Umbanda frente a esses saberes (trabalho de conclusão de curso).
Mantovani, Alexandre (2006). A construção social da cura em cultos umbandistas: estudo de caso em um terreiro de umbanda na cidade de Ribeirão Preto - SP (tese de mestrado).

O Passe de Umbanda

O que é o Passe de Umbanda?

É uma forma de transmitir energias de uma pessoa para outra,geralmente por imposição das mãos.

A imposição de mãos é uma técnica para o benzimento, o magnetismo e o passe.

Entende-se passe como o influxo de energias de uma pessoa para outra encarnada ou desencarnada.
O passe pode ser magnético no que tange a sua qualidade e maneira de ser transmitida, mas, de maneira geral, entende-se que quando usa-se o termo magnético é a energia animal, ou apenas do ser humano que está sendo dispensada.

Quando tratamos de passe espiritual é a energia do espírito que está sendo emanada. Na verdade, o passe mais adequado é o misto quando as energias do homem e do espírito estão associadas.

Para Umbandistas podemos ir um pouco mais fundo sobre esse assunto.

Os passes são a movimentação das Vibrações Cósmicas, que circundam à tudo e à todos no Universo. Subdividem-se em 7 (sete) tipos primordiais:

1 e 2 - DESCENDENTES FRONTAIS e CRUZADOS POSTERIORES

O Passe Descendente Frontal, destina-se a eliminar o reflexo negativo dos plexos materiais, o que faz baixar qualquer incidência na doença física. Por ser o chakra na parte posterior (costas), esse tipo de passe deve ser aplicado por Entidade incorporada ou por médium passista assistido por uma, sendo acompanhado por um passe Cruzado posterior cruzando-se da esquerda para a direita, de cima para baixo, a partir do Chakra Cervical.

3 e 4 - DESCENDENTE POSTERIOR e CRUZADO FRONTAL
O Passe Descendente Posterior destina-se a eliminar a corrente espiritual negativa, o que faz baixar a incidência negativa espiritual espúria, eliminando interferências nocivas. Esse Passe deve ser aplicado por Entidade incorporada ou por médium passista assistido por uma, sendo acompanhado por um Passe Cruzado Frontal cruzando-se da esquerda para a direita na retirada dos miasmas fluídicos e a seguir, da direita para a esquerda, para reavivar a salutar influência do fluído animal, que fará equilibrar a força de vida.

5 e 6 - DIVERGENTES e CONVERGENTES (vide Nota 1)
Os Passe Divergentes e Convergentes são essencialmente Espirituais; destinam-se exclusivamente à doenças espirituais e suas conseqüências materiais. Devem ser sempre aplicados em conjunto, começando pelos divergentes, que destinam-se exclusivamente a diluir, dilacerar, espargir toda a cúpula magnética maléfica em torna dos Chakras principais (coronariâno e frontal), seguidos dos convergentes que irão atrair, convergir, agrupar e aglutinar, enfim enfocar sobre os ditos Chakras toda a Força Vibracional do Astral Superior.

7 - MAGNÉTICOS (vide Notas 2 e 3)
Os Passes Magnéticos servem tanto para doenças físicas e/ou espirituais. Podem ser aplicados por Entidade incorporada, mas a maior parte das vezes é aplicado por médium passista em vigília, que transmite reforço espiritual ou força vital material através de suas mãos voltadas em direção aos órgãos ou locais afetados, dos que necessitam se submeter à esse tipo de passe.

NOTAS

1: estes dois passes só poderão ser aplicados por Entidade incorporada com Coroa,
e sem colocar as mãos do seu aparelho (médium), sobre a cabeça do Ser em trabalho de passe.

2: este tipo de passe é muito usado pelos participantes de Mesas Kardecistas, pela Igreja Messiânica com o nome de comunicação (Jorey), pela Perfect Liberty e também por rosacrucianos, cabalistas da Alta Esfera, além de todos os núcleos do Oriente.

Na Umbanda são também utilizados na parte espiritual, quer individualmente quer em Cúpula Magnética [com o grupo de médiuns em circulo ou enfileirados], onde são feitas transmissões diretas de forças espirituais positivas para o alento e reforço das forças exauridas, a quem são aplicados.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Estudo sobre o Pai Nosso


(fonte: www.ceismael.com.br)

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é refletir detalhadamente sobre cada um dos itens que compõem a oração dominical, ditada por Jesus.

2. CONCEITO

Análise – Segundo a etimologia grega, significa decompor e discernir as diferentes partes de um todo, mas também reconhecer as diferentes relações que elas mantêm, quer entre si, quer com o todo.

Pai Nosso – É o mais perfeito modelo de concisão, verdadeira obra-prima de sublimidade na simplicidade. Com efeito, sob a mais singela forma, ela resume todos dos deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Encerra uma profissão de fé, um ato de adoração e de submissão; o pedido das coisas necessárias à vida e o princípio da caridade. (Equipe da FEB, 1995)

3. O TEXTO EVANGÉLICO

A oração dominical está inserida no capítulo VI de O Evangelho Segundo Mateus, o qual trata, além deste tópico específico, a prática da justiça, como se deve dar esmolas, como se deve orar, como jejuar, os tesouros do céu, a luz e as trevas, os dois senhores e a ansiosa solicitude pela vida.

Para o tema em questão, Interessa-nos transcrever:

a) Como se deve orar

“E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando orardes, entra no teu quarto, e, fechada a porta, orarás a teu Pai que está em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te recompensará. E, orando, não useis vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais”. (Mateus 6, 5 a 9).

b) A oração dominical

“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino, faça-se a vossa vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dai-nos hoje; e perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixeis cair em tentação; mas livrai-nos do mal (pois vosso é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém). Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens (as suas ofensas), tão pouco o Pai vos perdoará as vossas ofensas”. (Mateus 6, 9 a 15)

4. OS SETE ITENS DA ORAÇÃO DOMINICAL

Extraído do 28.º capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo (itens 2 e 3).

1) Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome.

A palavra Pai refere-se a Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas; Céu significa o universo, os diversos mundos habitados. Santificado seja o vosso nome mostra que devemos crer no Senhor, porque tudo revela o seu poder e sua bondade. A harmonia do universo testemunha essa sabedoria. Por isso, todos deveriam reverenciar o seu nome em quaisquer circunstâncias. De acordo com o Espírito Emmanuel, “a grandeza da prece dominical nunca será devidamente compreendida por nós que lhe recebemos as lições divinas. Cada palavra, dentro dela, tem a fulguração de sublime luz. De início o Mestre Divino lança-lhe os fundamentos em Deus, ensinando que o Supremo Doador da Vida deve constituir, para nós todos, o princípio e a finalidade de nossas tarefas... Em seguida, com um simples adjetivo possessivo, o Mestre exalta a comunidade. Depois de Deus, a Humanidade será o tema fundamental de nossas vidas”. (Xavier, s.d.p., p. 167)

2) Venha o vosso reino

Deus apresentou-nos leis cheias de sabedoria e que fariam a nossa felicidade se as observássemos. Obedecendo a essas leis, que estão escritas em nossa consciência, faríamos reinar entre nós a paz e a justiça. Praticando a excelsa caridade, todos nos ajudaríamos mutuamente, expulsando por completo o mal de nosso planeta, pois todas as misérias vêm da violação dessas leis, porque não há uma só infração que não tenha conseqüências fatais.

3) seja feita a vossa vontade, na Terra, como no céu.

Sabemos que a submissão é um dever do inferior para com o superior, do filho com relação ao pai. Não haveria uma razão ainda maior de nossa submissão com relação Àquele que nos criou.

Ainda nos falta um sentido para compreender a existência de Deus. Contudo, conforme formos depurando o nosso Espírito do jugo da matéria, vamos também aumentando a nossa capacidade de conhecer os atributos da divindade.

A atitude fundamental da prece deve ser de obediência, de adesão à vontade de Deus, de harmonização entre nós e a sua Lei, que é perfeita. Acontece que dada a nossa imperfeição oramos às avessas, ou seja, ao invés de nos conformarmos com a Lei queremos burlá-la, tornando senhores de Deus, através de pedidos de ordem inferior.

O Espírito Emmanuel comenta esta passagem dizendo-nos que é comum a alteração dos votos que formulamos ao alto. Muitas petições endereçadas à Vida Maior, em muitas ocasiões, quando atendidas, já nos encontram modificados por súplicas diferentes. Ele afirma: “Em circunstâncias diversas, acontecimentos que nos parecem males são bens que não chegamos a entender, de pronto, e basta analisar as ocorrências da vida para percebermos que muitas daquelas que nos afiguram bens resultam em males que nos dilapidam a consciência e golpeiam o coração”. (Xavier, 1986, p. 318)

4) Dai-nos o pão de cada dia

“Dai-nos o alimento para a manutenção das forças do corpo; dai-nos também o alimento espiritual para desenvolvimento do nosso Espírito... Uma vez que a lei do trabalho é a condição do homem na Terra, dai-nos a coragem e a força para cumpri-la; dai-nos também a prudência, a previdência e a moderação, a fim de não lhe perder o fruto”.

Inspira-nos sempre bons pensamentos para que tenhamos em mente um trabalho profícuo. E se, porventura, a sociedade nos recusar tal mister, que saibamos ter a necessária resignação para com a vontade divina a nosso respeito.

O Espírito Emmanuel, em Fonte Viva, capítulo 18 (Não Somente), traça alguns pensamentos a respeito da relação entre os cuidados materiais e os espirituais. Não somente o agasalho, a beleza física, o domicílio confortável e os títulos honrosos, mas também o refúgio de conhecimentos superiores que fortaleçam a alma, a formosura e a nobreza dos sentimentos, a casa invisível dos princípios edificantes e as virtudes que enriqueçam a consciência eterna.

5) Perdoai as nossas dívidas como nós as perdoamos àqueles que nos devem. Perdoai nossas ofensas, como perdoamos àqueles que nos ofenderam.

“Cada uma das nossas infrações às vossas leis, Senhor, é uma ofensa para convosco, e uma dívida contraída que nos será preciso, cedo ou tarde, pagar. Para elas solicitamos o perdão de vossa infinita misericórdia, sob a promessa de fazer esforços para não contrair novas dívidas”.

Um estudo acurado sobre o perdão leva-nos a interpretá-lo de forma diferente daquela que é feita simplesmente pela repetição de frases feitas. Falamos que devemos perdoar não sete, mas setenta vezes sete vezes, que devemos esquecer a ofensa, que devemos nos ajustar com o adversário enquanto estivermos a caminho. Mas, na prática, como é que funciona? Estamos bem longe de praticar esses atos com conhecimento de causa. Muitos até dizem: eu perdôo, mas não quero mais vê-lo na minha frente.

A prática correta do perdão, a que estabelece o esquecimento da ofensa, tem valor científico. Em primeiro lugar, como o acaso não existe, tudo o que se nos acontece deve ser bem meditado. Antes de maldizer o ofensor, o correto seria agradecer a Deus por tê-lo colocado em nosso caminho para ser motivo de nossa paciência.

Uma coisa que deve ficar clara: ninguém ofende ninguém. A ofensa é subjetiva e, como tal, somente nos sentiremos ofendidos se assim o interpretarmos. A ofensa é, antes de tudo, um agravo à Lei de Deus. Nesse sentido, o ofensor feriu-se a si mesmo, pois se desviou da lei de Deus e deverá, cedo ou tarde, fazer o seu ajustamento.

Diante desse ensinamento, nunca deveríamos, em hipótese alguma, fazer justiça com as próprias mãos, pois ao invés de eliminar um mal estaremos cometendo outro. Não se apaga o fogo com mais fogo, mas com água.

6) Não nos abandoneis à tentação, mas livrai-nos do mal.

“Dai-nos, Senhor, a força de resistir às sugestões dos maus Espíritos que tentarem nos desviar do caminho do bem, em nos inspirando maus pensamentos”.

Cada imperfeição é uma porta aberta à sua influência, ao passo que nada podem, e renunciam a toda a tentativa, contra os seres perfeitos. Por isso deveríamos nos humilhar diante da dor e do sofrimento, rogando forças para eliminar de nós mesmos a imperfeição, a tentação, que é atrai os Espírito menos felizes.

7) Assim Seja

Esperamos que os nossos desejos se cumpram! Mas nos inclinamos diante a vossa sabedoria infinita. Sobre todas as coisas que não nos é dado compreender, que seja feito segundo a vossa vontade e não segundo a nossa, porque não quereis senão o nosso bem, e sabeis melhor do que nós o que nos é útil.

5. CONCLUSÃO

Saibamos orar e tenhamos confiança na Divina Providência. A fé que não enfrenta o ridículo dos homens não é fé verdadeira.

6. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro: FEB, 1995.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo: IDE, 1984.
XAVIER, F. C. Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, s.d.p.
XAVIER, F. C. Palavras de Vida Eterna, pelo Espírito Emmanuel. 8. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1986.
São Paulo, março de 2003

Ainda sobre as Egrégoras

Se considerarmos um Terreiro, uma Igreja ou qualquer outro lugar onde pessoas se reúnam para cultos, veremos que todos esses lugares, após um determinado tempo, absorvem parte dessa energia insistentemente (e na maior parte das vezes, inconscientemente) geradas por seus freqüentadores e, nesse caso, adquirem sua própria Egrégora que poderá ser boa ou má, de acordo com a tônica das energias que por ali são geradas.

Se você estranhou quando eu disse que o ambiente absorve as energias, vai aí a explicação:

Na verdade o que absorve as energias são os próprios elementos físicos que compõem o Terreiro, a Igreja etc.

Que elementos físicos?

- Paredes, cortinas, bancos etc, etc, etc.

Está estranhando?

Você não sabia que qualquer coisa material pode absorver, umas mais outras menos, as energias que as envolvem? Pois fique sabendo que até o ato de "tornar bento" um santinho se baseia nessa
certeza de que a medalha absorverá a energia e poderá através dela proteger seu usuário.

Você já deve ter visto, ou aconteceu com você mesmo de, através de uma roupa ou objeto de uso pessoal de uma pessoa, poder sentir os problemas que a acompanham e até ajudar enviando, através
da mesma roupa, energias positivas. Em qualquer Terreiro e hoje até em certas igrejas, essa prática é utilizada.

Você já deve ter entrado em algum lugar em que moram pessoas negativas ou que sofrem influências negativas de outrem e se sentido desconfortável, não? Pois fique sabendo que, independente da
presença ali de entidades negativas, o próprio ambiente (veja explicação anterior) pode estar contaminado pelas energias ali geradas ou para ali enviadas.

Baseado também nesse princípio estão os pontos, firmezas, e os "assentamentos" que se prepara em Umbanda e Candomblé.

Quando se "imanta" um otá ou itá (a pedra de assentamento) [assim como os pontos e firmezas], o que se está fazendo é envolvê-la com a energia do orixá para que ela a absorva e se torne um foco de atração para mais energia que se sintonize com a que ali "assentamos" [firmamos] e dessa forma possa servir como um elo entre o dono e a energia para a qual foi dirigida.

Pelo amor de Deus não entenda, como muitos supostos "entendidos no santo" que ao assentarmos um orixá estamos colocando-o ali sentado, disposto a atender a todos os nossos anseios ! 

Tá rindo?
Esse pensamento existe "mô fio"!

(Trecho Extraído da obra, Umbanda Sem Medo Vol 1)

Em Louvor a Francisco de Assis

Francisco,

Humílimo Irmão Sol,

Tu que fostes o Pobrezinho de Assis,
Santo dos desvalidos e sofredores,
Destra Caridosa da Divina Providência
Quando as trevas da Idade Medieval
Varria as terras humanas, espalhando medo, doença e fome.
Despojastes de ti mesmo, entregando-te ao exercício do Amor Cristão.
Sê para nós outros, este Guia e Modelo
De conduta digna e humana, com o qual devemos nos nortear.

Resplandecestes pelos estigmas com que o Cristo te marcastes!
Para dar testemunho e a coroação de tuas boas obras!
Sê o nosso farol, para que saibamos transpôr as nossas próprias dores, dificuldades e lamentações!
Conduz-nos aos campos da Natureza Divina, a qual tanto prezastes!
E com o laurel de flores que recebestes em sua Ascensão Espiritual,
Cinge-nos com as pequenas pétalas que exalam perfume de teu venerando coração!

Agradeço a ti, Francisco de Assis!
Sol brilha sem fim e aquece nosso ser!
Faze com que nós, tal qual flores primaveris,
Floresçamos para Vida Maior, entregando-nos ao Bem e ao Amor ao Próximo
Hoje, sem demora! E para todo o Sempre!
Para que o Amor e a Bondade que nosso olhos e mãos saibam manifestar
Dêem testemunho de ti, e Daquele em Quem estás!

És uma das Raízes do Céu!
És Simiromba! Homem Puro!
Francisco de Assis!

inspirada em 04/10/2012
Espírito: Salvador Meirigo
Medium: Gregorio Lucio

domingo, 24 de fevereiro de 2013

A Visão de um Adepto: Comportamento Mediúnico

Por: Gregorio Lucio

A base do comportamento do médium na Umbanda, implica na sua capacidade de sintonia com as energias que são evocadas e dinamizadas nas giras.

Conforme já sabemos (vide: As Egrégoras), estas energias ou irradiações ligam-se ao conjunto de ritos e trabalhos espirituais que são realizados por cada comunidade de santo, e acabam por caracterizar a identidade vibratória de cada terreiro, assim como a sua amplitude espiritual.

Assim, é imprescindível que cada médium, integrante de uma corrente mediúnica, seja capaz de perceber, entender e sintonizar-se com o que está sendo produzido no momento dos trabalhos espirituais. 

Concentração, Atenção, Receptividade, Sensibilidade, Tranquilidade (sim, porque se o indivíduo está agitado, ele não é capaz de se concentrar, de prestar atenção e muito menos de manifestar sensibilidade alguma). Toda estes são atributos fundamentais para todos os presentes nos ritos, em especial, para os médiuns, conforme já temos dito.

Sintonizar com o Bem está relacionado aos mecanismos que regem nossos pensamentos, os quais desdobram-se em atitudes e comportamentos correspondentes. Logo, agimos de acordo com o que pensamos. Bem e Mal, queiramos ou não, essa é a realidade que está em nós. Portanto, as atitudes e os hábitos que mantemos em nosso dia-a-dia, dão a tônica de como movimentam-se os nossos pensamentos no campo comum da nossa existência.

Com isso, quero dizer que se alimentamos repetidamente pensamentos de raiva, de revolta, de tristeza, de maledicência, de ódio, de inveja, etc, criamos um ciclo negativo, que é reforçado continuamente, que vai se fixando, num mecanismo doentio, dentro de nós, e nos fechando numa corrente de energias de caráter perturbador, podendo inclusive desencadear processos de doenças ao nível do nosso próprio organismo físico (desde uma gripe, uma alergia, até processos cancerígenos). Aquilo que a psicologia chamaria de somatização.

Entretanto, não quero aprofundar a questão no que diz respeito à produção de doenças causadas pela ação do pensamento. Quero, tão somente, enfatizar que pensamos de maneira cíclica e que, em geral, nossos pensamentos giram em torno de assuntos mais ou menos limitados, a depender dos níveis de experiências de cada um ( experiências estas, que não tem a ver com a idade da pessoa, pois existem indivíduos jovens com mais experiências vivenciadas do que um idoso que tenha tido uma vida limitada a uma determinada rotina, com poucos recursos e variações).

Dito isso, podemos entender que se alimentamos sentimentos e pensamentos perturbadores ou limitados (em torno da satisfação de nossas necessidades básicas, como fome, sede, sexo, descanso), fechamos nossas capacidades mentais num limite muito estreito e não damos margem para que desejos e aspirações maiores possam surgir em nossa consciência, nos incentivando a modificações mais profundas em nosso modo de ser, pensar e agir. E, quando digo "modificações mais profundas", não estou referindo-me a conquistas sublimes, santidade, conversões totais da nossa forma de comportamento.

Estou falando mesmo é de pequenas coisas, as quais surgem, aos poucos, dentro de nossa consciência, e vão tornando-se centro de nossas aspirações. A busca por um emprego melhor,  por deixar um determinado vício, iniciar um novo curso, começar um programa esportivo, uma dieta ou tratamento médico de que necessitamos...Coisas saudáveis que possam modificar nossa vida para melhor. Por trás destas novas motivações que surgirão, podemos notar a mudança da qualidade dos pensamentos, a sua ampliação em termos de visão de mundo e campo de interesses. De igual forma, nosso campo emocional se reforça positivamente e passa a alimentar esses pensamentos. Dentro dessa condição de saúde e transformação, analisando-nos, poderemos perceber sutis modificações, como sejam um estado de maior serenidade, estabilidade, satisfação e alegria de viver.

Mas, voltando ao momento do trabalho espiritual, quero evidenciar que nossa vida no dia-a-dia é determinante para os resultados que colheremos, em termos de experiências espirituais, na gira da qual participamos semanalmente (quinzenalmente, mensalmente...). 

Não conseguimos sair do círculo de interesses que criamos para nós mesmos, de um dia para outro. Não adianta eu ter pensado mal de mim mesmo e do meu próximo, reclamado da minha vida, da minha família e do meu trabalho, de segunda a sexta-feira e achar que no "sábado" (domingo, segunda, terça, quarta...) basta colocar uma roupa branca, tomar um banho de erva e acender uma vela que serei capaz de me libertar da corrente repetitiva de pensamentos que eu mesmo elaborei e reforcei. Minha sintonia com as irradiações espirituais, portanto, não ocorrerão ou serão limitadas e quase imperceptíveis, enquanto me demore nessa consciência de sono a respeito de minha realidade interior.

Evidente que o trabalho coletivo, com as orações, cânticos e demais características rituais, colabora, no momento enquanto dure tais práticas, com a "quebra" desses padrões de pensamento, oferecendo a oportunidade para que voltemos o olhar, brevemente, para as nossas necessidades de mudança, e sejamos nesse momento, inspirados pelos Guias Espirituais... Mas, enquanto não houver uma "luz" que surja de dentro de mim, fazendo-me compreender o mal que provoco, no meu cotidiano, a mim mesmo, mesmo sem querer, e colocando minha vontade e desejo sincero de mudança em favor desta modificação, sempre estarei fechado no círculo estreito dos meus interesses negativos e das minhas limitações.

Embora todas sejam válidas e merecedoras de nosso respeito, penso que não adianta ao médium, no que se refere a sua sintonia espiritual, somente obedecer a regras de postura e expressões corporais pertinentes ao rito, preditas na maioria dos templos umbandistas (como usar roupas brancas, não manter as mãos cruzadas durante os trabalhos, por exemplo), e conduzir-se de maneira a demonstrar falta de respeito em relação ao seu irmão de fé, rindo-se de seus erros (que são naturais em qualquer jornada de aprendizado); "cutucando" amigos e mantendo conversas paralelas e risos demasiados, no momento de uma preleção saudável realizada por um outro irmão, palestrante convidado, ou pelo próprio dirigente do templo, ou mesmo quando este está conduzindo uma orientação para algum assistido ou irmão necessitado; nutrindo falatórios envolvendo a vida alheia, de maneira menos digna; tratando de assuntos inadequados e de teor reprovável no ambiente religioso do templo (e mesmo fora dele)... 

Aprendamos que nossas condutas interiores, manifestadas de maneira doentia, embora de forma sutil e socialmente aceitas, implicam muito mais na nossa falta de sintonia com as irradiações espirituais dos nossos trabalhos do que, propriamente, as posturas corporais e as roupas que vestimos.

Enfim...melhor seria que estivéssemos de preto (azul, lilás, laranja, rosa, amarelo, etc) e com as mãos cruzadas, mas com o pensamento e a atitude digna diante da casa que frequentamos, dos irmãos que dizemos respeitar e da Umbanda que dizemos amar. 

Dessa forma é que manteremos ligação profunda com a Luz Divina que fazemos brilhar dentro de nosso Congá, sobre nossas cabeças, e da qual, em geral, tiramos tão pouco proveito.