Por: Gregorio Lucio
O texto de hoje endereça um tema muito questionado, 
principalmente por pessoas que passaram pelo Kardecismo e foram para a Umbanda, 
e vice-versa.
Não gosto muito de escrever a respeito do 
tema, porque, em geral, essa temática está muito ligada a visões particularistas 
(e até sectaristas) por parte de alguns adeptos de ambos os movimentos 
religiosos em questão, sempre implicando em discussões infrutíferas e 
intermináveis a respeito. 
No entanto, após conversar com alguns amigos mais próximos, 
pertencentes a seara espírita e atendendo à sua solicitação, até para poder 
contribuir com material para o estudo em seus grupos de estudo mediúnico e nas 
Escolas de Médiuns de suas casas,  gostaria de compartilhar com todos alguns 
apontamentos básicos, não pretendo nem quero me aprofundar no tema, embora haja 
muita coisa interessante para se pensar e pôr em questão,  os quais julgo serem 
de relevância para a estruturação de um saber que possa ser de interesse para 
todos os amigos que se dão ao trabalho de ler essas humildes e despretensiosas 
linhas. 
Para isso, me utilizarei nessa análise, além de estudos e 
reflexões feitos por mim, da minha humilde e apagada vivência como médium, tanto 
no Kardecismo quanto na Umbanda. Então, espero ser compreendido pelos meus 
amigos das “duas correntes”, nesta jornada espiritual.
Pois bem, Umbanda e Kardecismo: Características no 
Trabalho Mediúnico.
Primeiramente, sempre é relevante lembrar uma 
questão básica sobre a mediunidade. Mediunidade não é dom. Mediunidade é uma 
condição humana conquistada pela evolução dos espíritos ao longo das eras, do 
avanço da consciência e da mente espiritual desde os reinos inferiores ao 
humano, a qual foi se desenvolvendo na experiência contínua que nós realizamos, 
como Espíritos, entre o mundo espiritual e o mundo corpóreo, por meio do 
processo da reencarnação. De origem espiritual, portanto, a mediunidade, no ser 
humano encarnado, caracteriza-se por uma faculdade mental, a qual já carregamos, 
desde que nascemos, como um potencial a ser desenvolvido, educado, e que se 
expressa por meio dos recursos psíquicos e orgânicos de que todos os seres 
humanos são portadores.
Se entendermos a mediunidade como uma condição natural, fruto 
do desenvolvimento humano, veremos que uma mesma pessoa, portadora de 
mediunidade, pode experimentar e expressar sua sensibilidade espiritual tanto na 
seara umbandista, quanto na seara kardecista. Isso sem falar que a pessoa pode 
expressar essa sensibilidade espiritual em outras religiões também. Mas, falando 
dessa possibilidade, especificamente dentro destas duas religiões em questão, 
podemos observar uma prova disso no constante “trânsito” – que aliás é até 
histórico – existente entre pessoas que iniciam sua trajetória no Kardecismo e 
transferem-se para a Umbanda, assim como a recíproca também é verdadeira. 
Embora em momentos diferentes da sua trajetória dentro da 
religião de Umbanda ou da Doutrina Espírita,  é possível, sim, a pessoa 
“trabalhar” tanto numa quanto noutra. Há ainda aqueles, embora mais raros, que 
lidam naturalmente com a prática mediúnica exercida, ao mesmo tempo, na Umbanda 
e no Kardecismo. 
Portanto,  no meu ponto de vista, e diante do que já explanei 
a respeito da mediunidade, não há uma diferença humana entre o médium de umbanda 
e o kardecista. Não há uma “mediunidade de umbanda” e uma “mediunidade 
kardecista”, que cada pessoa traga desde nascença. Médium é médium, em qualquer 
condição ou lugar. Pensando do ponto de vista humano, o que vai fazer uma pessoa 
ser “médium de umbanda” ou “médium espírita” são suas afinidades psicológicas, 
sua história pessoal, o contexto cultural e familiar no qual está inserido e, 
até mesmo, as tendências inconscientes que este pode trazer de seu passado 
espiritual (vivências em outras encarnações). Dentro da sua busca espiritual 
nesta encarnação, o indivíduo irá simpatizar e vincular-se com aquela que mais 
diga respeito ao seu mundo interior, o que poderá variar de acordo com os momentos e fases da sua vida, o que é natural.
De igual forma, a questão do mundo espiritual envolvido nas práticas 
de Umbanda ou Espiritistas. Não há dissenções entre os “Espíritos de Umbanda” e 
os “Espíritos Kardecistas”. Entre os Numes Espirituais, há a superação dos 
rótulos e estigmas que existem no mundo dos homens, pois eles encontram 
identificações que  se pautam na conduta moral e no desejo do Bem e da 
Fraternidade Universal.  Os benfeitores e mentores de luz auxiliam toda a 
humanidade, independente de qualquer cultura religiosa, do sistema político, 
social, econômico. Das tribos milenares nativas da Namíbia, até as grandes 
sociedades tecnológicas do chamado “primeiro mundo”, em todo o lugar, os 
Espíritos Iluminados se encontram, ajudando e inspirando a todos na direção do 
aprimoramento espiritual. 
Contudo, conforme já disse em textos anteriores, nem sempre 
isso quer dizer que os mesmos espíritos que amparam e tutelam um terreiro de 
Umbanda necessariamente também dirigem um Centro Espírita. Quando dizemos que 
não há diferença entre os Benfeitores, devemos  com isso entender que eles são 
iguais e que desenvolvem seus trabalhos seguindo um mesmo princípio. Um Mentor 
que se manifesta numa sessão espírita não é “superior” a um Guia de Umbanda que 
vem trabalhar numa gira. Mas, no mundo espiritual, os Espíritos se agrupam por 
afinidades variadas, inclusive culturais. Podemos observar isso quando 
observamos a descrição do Espírito Clara Nunes (a cantora), na psicografia 
transmitida por intermédio de Chico Xavier, quando ela narra a sua passagem para 
o mundo espiritual e é conduzida a uma região em que estariam muitas pessoas 
afins à cultura umbandista. De igual maneira, na obra “Quando se pretende falar 
de vida”,  também psicografada por Chico Xavier, o Espírito do jovem Roberto 
Muzkat, descendente de família judaica tradicional, descreve seu despertar no 
mundo dos espíritos e relata a sua “estadia” junto de seu avô e outros 
familiares, também desencarnados, numa região espiritual onde se congrega uma 
comunidade imensa de judeus.
Ué...sendo assim...então é tudo igual?! O Trabalho 
Mediúnico na Umbanda e no Kardecismo são idênticos?!
Não. Não é isso.
No meu ponto de vista penso que devemos entender que 
as diferenças entre o Trabalho Mediúnico na Umbanda e no Kardecismo se 
dão na forma e no método de que cada uma se vale para a prática 
do intercâmbio espiritual.
Focarei meu olhar para falar do fenômeno de Incorporação que 
se realiza no mediunismo de Umbanda e na Psicofonia (também chamada de 
Incorporação) no trabalho espírita.
A partir daqui, tentarei desdobrar um pouco, brevemente, e 
pontuar onde estão algumas destas diferenças.
Primeiro, precisamos considerar dois elementos 
importantíssimos para entendermos o mecanismo mediúnico que ocorre na ligação do 
médium com o Espírito que vai se manifestar. Refiro-me ao Corpo Espiritual e aos 
Chakras (centros de força).
O corpo espiritual, conforme também já tratei em outros 
textos, é o intermediário entre o Espírito e o Corpo físico. É ele o responsável 
por receber as impressões que geramos, como Espíritos, e “comunicá-las” ao corpo 
físico. No sentido inverso, também. As sensações e percepções experimentadas 
pelo corpo físico, são gravadas no Corpo Espiritual e “repassadas” ao Espírito. 
Tudo isso, estou colocando de maneira bem simples, sem me aprofundar muito nos 
mecanismos mais complexos que envolvem essas interligações. 
No Corpo Espiritual temos Centros de Luz, também chamados 
Centros de Força ou Chakras, os quais são pontos luminosos que possuem um 
formato circular que vibram e que irradiam intensa luminosidade. Esses Centros 
luminosos, são responsáveis por estabeleceram conexões com áreas correspondentes 
em nosso corpo físico. Seria da energia irradiada destes centros de luz que 
nosso corpo retira a sua vitalidade, a sua saúde, a sua manifestação. Segundo as 
tradições milenares que os estudaram e identificaram (como o Hinduísmo),  
possuímos 7 centros principais, que se ligam desde o alto da cabeça (o 
coronário), na nossa “coroa”, até a base da coluna ( o chacra básico), 
passando pela região entre os olhos (chakra frontal), da garganta (chakra 
laríngeo), do coração (chakra cardíaco), do baço (esplênico), do umbigo 
(umbilical) e genital (chakra genésico).
Falando em termos básicos, a ligação entre o médium e o 
Espírito ocorre, primordialmente, por intermédio do Corpo Espiritual (também 
chamado de Períspirito, na linguagem kardeciana). Há um “encaixe” de vibrações 
que ocorrem entre o corpo espiritual do médium e o Espírito que irá se 
manifestar. Quando o médium está concentrado, em oração, ele expande o potencial 
de vibração do seu corpo espiritual, e dessa forma, é possível que o Espírito 
que vai se manifestar possa sintonizar-se, num mesmo padrão de frequência e 
vibração, e “imantar-se” a ele. Essa ligação entre o médium e o Espírito 
ocorrerá pela sintonização e manipulação do Espírito aos Chakras (os centros de 
força) que estão localizados no Corpo Espiritual do Médium, conforme já disse. 
Essa ligação irá  produzir o “estado de transe” no médium e, consequentemente, a 
incorporação.  E isso é tanto para o médium de Umbanda, quanto para o médium 
Espírita.
Dito isso, passemos ao Método e a Forma pela qual se 
processam os Trabalhos Mediúnicos.
No Kardecismo, de maneira geral, as sessões 
mediúnicas em que há o fenômeno da Psicofonia (incorporação) ocorrem em pequenos 
grupos, as quais se dão em locais específicos e fechados ao público, chamados de câmaras mediúnicas.
O grupo de trabalho fica disposto em círculo ou em torno de uma mesa e, aí vem uma questão chave dentro das diferenças do mecanismo mediúnico: o médium desenvolve seu trabalho sentado.
O grupo de trabalho fica disposto em círculo ou em torno de uma mesa e, aí vem uma questão chave dentro das diferenças do mecanismo mediúnico: o médium desenvolve seu trabalho sentado.
E o que tem a ver isso? 
Tem a ver que no momento em que o médium está 
sentado, ele diminui drasticamente a possibilidade da ligação espiritual com os 
chakras “inferiores”: esplênico, umbilical e genésico.
Dentro do contexto em que ocorrem as práticas mediúnicas do Kardecismo, há uma total intenção, do grupo como um todo, manifestada neste método de trabalho, de que as comunicações ocorram exclusivamente utilizando-se dos chakras “superiores” (o termo superior aqui, não significa “melhor”, mas se refere a localização do chakra em relação ao corpo físico). Ou seja, a ligação do Espírito ficará restrita aos centros Coronário (alto da cabeça), Frontal (entre os olhos), Laríngeo (garganta) e Cardíaco (coração). Isso direciona a comunicação e o contato espiritual para um nível quase que totalmente mental, em que há predominantemente, a troca mais ou menos sutil, de pensamentos entre o médium e o Espírito. Não se abre a possibilidade para que o espírito influencie no comando do corpo do médium.
Dentro do contexto em que ocorrem as práticas mediúnicas do Kardecismo, há uma total intenção, do grupo como um todo, manifestada neste método de trabalho, de que as comunicações ocorram exclusivamente utilizando-se dos chakras “superiores” (o termo superior aqui, não significa “melhor”, mas se refere a localização do chakra em relação ao corpo físico). Ou seja, a ligação do Espírito ficará restrita aos centros Coronário (alto da cabeça), Frontal (entre os olhos), Laríngeo (garganta) e Cardíaco (coração). Isso direciona a comunicação e o contato espiritual para um nível quase que totalmente mental, em que há predominantemente, a troca mais ou menos sutil, de pensamentos entre o médium e o Espírito. Não se abre a possibilidade para que o espírito influencie no comando do corpo do médium.
Para entender o porquê disso é necessário esclarecer, ou 
lembrar, que o objetivo das reuniões kardecistas que se utilizam da 
incorporação é, principalmente, o de servir para a comunicação de espíritos 
sofredores, obsessores, ou que tenham qualquer tipo de necessidade de 
esclarecimento e orientação. Assim, o Mentor do médium influencia seu 
chakra coronário, abrindo seu campo mediúnico, primeiramente. Após isso, é 
acoplado o Espírito comunicante (não podemos nos esquecer de que no caso de 
espíritos sofredores, o processo mediúnico fica a cargo do comando dos Mentores 
do Trabalho). Ao estabelecer uma conexão com o chakra frontal, por exemplo, o 
Espírito irá comunicar mentalmente os seus pensamentos ao médium. Ao ligar-se ao 
chakra laríngeo, haverá a possibilidade do médium manifestar falando (por isso o 
termo psicofonia) os pensamentos daquele Espírito. E, ao ligar-se ao chakra 
cardíaco o médium poderá registrar os sentimentos daquele Espírito. O fenômeno 
mediúnico pode avançar para os chakras “inferiores”, a depender do tipo de 
comunicação. Por exemplo, num trabalho de desobsessão, um espírito manifestando 
intensa raiva e agressividade, atinge a ligação com o centro umbilical do 
médium. No entanto, como ele está numa postura corporal que “inibe” a total 
manipulação deste centro de força, o potencial de ação da entidade espiritual 
fica bastante reduzido e, por conta disso, é possível ao Esclarecedor ou ao 
Dirigente do trabalho dialogar com o Espírito manifestante e intervir, caso seja 
necessário, desligando-o do médium, para que não haja a junção dos conteúdos e 
da irradiação nociva da entidade com as expressões psicológicas e orgânicas do 
próprio médium, o que poderia gerar um descontrole na comunicação mediúnica. Ou 
seja, a postura corporal do médium, neste método de trabalho, implica numa 
medida também de segurança e proteção ao medianeiro e ao grupo como um 
todo.
Já na Umbanda, há um outro 
mecanismo mediúnico. Por que o médium na Umbanda trabalha de 
pé. E isso implica que, ao assumir essa postura corporal, o 
médium oferece todos os seus Centros de Força para a ligação com os Espíritos 
que irão se manifestar. Entretanto, a natureza dos Espíritos 
que irão atuar neste mecanismo é diversa daqueles relatados na prática 
kardecista. Por ocasião da evocação dos Guias e Protetores 
pertencentes as Correntes Espirituais de Umbanda, ocorrerá a ligação 
desta categoria de entidades, as quais operarão, por intermédio do corpo 
do médium, o seu trabalho espiritual, num nível mais coletivo do que 
individual. A intenção dos trabalhos de assistência espiritual na 
Umbanda é o de amparar espiritualmente os necessitados de “ambos os lados” da 
vida, servindo-se de um amplo potencial energético produzido nos ritos, pela 
conjunção das irradiações mentais da corrente mediúnica e da corrente astral, 
intensificadas pela utilização de recursos ritualísticos (pontos, firmezas, 
velas, fitas, guias, ervas, flores, etc.) e naturais pertencentes ao templo.  
O Guia espiritual se liga aos centros de força do médium e 
manipula estes centros, de maneira que ele consiga projetar a irradiação do 
médium, amplificada pela do próprio Guia, sobre o campo espiritual das pessoas 
necessitadas (desencarnadas ou encarnadas) que estejam sob a ação dessa 
irradiação coletiva que está sendo produzida no ambiente , estejam elas no 
ambiente físico ou não, permitindo que seja feita uma “leitura” e uma 
“intervenção” nas condições físicas, emocionais e espirituais de cada 
necessitado. Essa mecânica desprende uma grande quantidade de energia vital do 
médium, pois o transforma num agente de intensa propagação de fluidos 
espirituais e num grande atrator de cargas e entidades negativas que estejam sob 
seu campo de influência mental. No entanto, esse processo ocorre, justamente por 
que está sendo conduzido por uma Entidade capacitada para isso,  sem que haja a 
desestabilização do médium.
De igual maneira, quando há o atendimento individual de um 
assistido que necessite de um trabalho específico, ao aproximar-se o médium do 
consulente, há a interligação dos centros de força do médium aos centros de 
força do assistido, facultando que as entidades espirituais possam ler o campo 
espiritual daquela pessoa e projetar, usando a energia vital do médium, os 
fluidos espirituais que irão influenciar os centros de força do beneficiário, 
contribuindo para que possa se fortalecer e se harmonizar. Ao mesmo tempo, o 
médium assimila para si os excessos e os miasmas (aglomerados de energias 
densas) que estavam no campo espiritual do assistido, os quais serão, em 
seguida, desintegrados ao contato com a irradiação de seus guias espirituais e 
dos paramentos ritualísticos de que se utiliza (guia, fitas, pontos, velas, 
etc.).
Outra questão importante, o 
Animismo. O Animismo é o nome que damos para o fenômeno em que 
ocorre a manifestação das expressões que são do próprio médium, se sobrepondo às 
expressões do Espírito manifestante. A expressão anímica é tida como um fenômeno 
espontâneo e não-intencional do médium (caso contrário, seria uma mistificação) 
a qual pode interferir e até prejudicar a manifestação espiritual.
Por conta disso, na prática Kardecista as expressões 
do médium devem ser bastante estudadas e educadas para que não se sobressaiam no 
momento da comunicação, impossibilitando que haja uma identificação do Espírito 
que se manifesta, prejudicando a qualidade no atendimento espiritual e 
a qualidade do trabalho como um todo. Na Umbanda, também há essa preocupação 
para que as expressões e os impulsos do próprio médium não interfiram no 
trabalho espiritual. 
No entanto, a expressão anímica na Umbanda é de 
primordial importância para que haja a elaboração psicológica, por parte do 
médium,  da manifestação das entidades espirituais que trabalharão por seu 
intermédio. A dança (quem dança é o médium, não é o Espírito), a 
gestualidade, as expressões corporais como um todo, são símbolos vivos e 
dinâmicos que comunicam a “presença” das entidades no médium. É 
necessária essa construção do imaginário das entidades, que se opera 
dentro da vivência ritualística, porque os Espíritos 
trabalhadores na Umbanda não se presentificam com as suas identidades 
individuais, conforme ocorre nas sessões espíritas. Os Guias e 
Protetores da Umbanda revestem-se de “roupagens”, de formas de 
apresentação construídas por eles, as quais comunicam mensagens 
espirituais significativas e para que sua identidade particular seja 
anulada. O conceito de Linhas, Falanges e Correntes Espirituais na 
Umbanda, traz essa noção de seres que anulam suas particularidades para se 
unirem a um processo maior e mais amplo do que suas individualidades. Eles 
elaboram, junto com os seus médiuns, uma “Mística”, portadora de intensa carga 
psíquica, a qual colabora para que, no momento da expressão anímica do 
médium, ocorra essa total integração do Espírito aos centros de 
força do médium. E por isso, é fundamental que haja uma grande porção 
da expressão anímica do médium, entretanto canalizada 
inteligentemente, no mediunismo.
Mais uma, a questão do Passe.
No passe espírita, o médium passista tem uma orientação para 
se colocar de maneira a doar seu fluido vital, de maneira padronizada e sem a 
incorporação mediúnica, estabelecendo um contato intuitivo (ou seja, servindo-se 
da ligação sutil no chakra frontal) com os Mentores que assitem-no no momento do 
passe. Não há a penetração do médium passista no campo espiritual  do assistido. 
Na linha de passe umbandista, há a conexão direta entre o médium passista (que 
atua incorporado) e o campo espiritual do assistido. De tal sorte que é possível 
ao médium receber as impressões do estado físico, identificando áreas do corpo 
específicas que precisem receber uma irradiação mais direcionada, o estado 
emocional e a condição espiritual em que se encontre o assistido. Há uma troca 
muito intensa do que vai da projeção mental do médium incorporado com o que vem 
do campo espiritual do assistido. Talvez seja isso que fizesse com que se 
criasse a impressão de que passe na Umbanda é “mais forte” do que o passe 
Espírita, o que não traduz uma realidade a respeito.
Para finalizar, a Importância na firmeza espiritual do 
trabalho.
Estar concentrado e totalmente focado no ambiente dos 
trabalhos em que se desenvolvem as atividades espirituais é de fundamental 
importância para toda e qualquer pessoa que faça parte de um grupo mediúnico. 
Seja na Umbanda, seja no Kardecismo.
A postura mental positiva, moralizada, serena e disciplinada, é imprescindível para seja possível esse contato eficiente e profundo com os Guias Espirituais.
A postura mental positiva, moralizada, serena e disciplinada, é imprescindível para seja possível esse contato eficiente e profundo com os Guias Espirituais.
Por isso, a sempre requisitada educação e disciplina para os 
médiuns. 
Evitar bocejar demasiadamente. Não emitir sons guturais ou de 
qualquer outra espécie que perturbem e interfiram na concentração dos que 
compartilham do ambiente de trabalhos. 
Cuidar da aparência, vestir-se com dignidade e de maneira 
coerente com as regras da sua Casa.
Cuidar da higiene do corpo físico e da saúde emocional.
Vigiar os seus pensamentos, saber identificá-los e 
corrigi-los, deixando de lado aqueles que surjam espontaneamente e que sejam 
perturbadores, imorais, ou de qualquer outra natureza que estejam inadequados ao 
momento do trabalho (sem ficar brigando consigo mesmo, somente não se fixando a 
eles). Para isso, basta recorrer ao recurso da prece e da mentalização tranquila 
da imagem de Jesus.
Cuidar das suas palavras e das suas expressões, nunca relaxando na sua postura e no seu comportamento, pois deve-se recordar de que está na Casa de Deus (o centro espírita ou o terreiro), num templo Sagrado, e não numa roda de bar.
Lembrar-se sempre dos necessitados, doentes e aflitos que 
buscam consolo na casa em que pertence e não merecem ouvir e ver nossas 
manifestações desrespeitosas e vulgares. 
Manter o silêncio no momento de uma prece. 
Chegar cedo aos trabalhos. Porque o estado de agitação, devido ao atraso, 
interfere na produção espiritual.
O estado interior de serenidade e de concentração, 
fundamentais para a firmeza de qualquer médium, não se improvisa em 5 
minutos.
Que Jesus esteja com todos os amigos.
Fraternalmente.





