quinta-feira, 21 de março de 2013

Domingo de Ramos

Domingo de Ramos é uma festa móvel cristã celebrada no domingo antes da Páscoa. A festa comemora a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, um evento da vida de Jesus mencionado nos quatro evangelhos canônicos (Marcos 11:1, Mateus 21:1-11, Lucas 19:28-44 e João 12:12-19).

Em muitas denominações cristãs, o Domingo de Ramos é conhecido pela distribuição de folhas de palmeiras para os fiéis reunidos na igreja. Em lugares onde é difícil consegui-las por causa do clima, ramos de diversas arvores são utilizados.


O Domingo de Ramos marca o início da Semana Santa, que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus agitando seus ramos de oliveiras e palmeiras. Os ramos significam a vitória: "Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas".


Os ramos apresentados pelo povo nos remetem ao sacramento do batismo, por intermédio do qual nos tornamos filhos de Deus [...]. E o ato de levarmos os ramos para casa nos lembra que estamos unidos a Cristo na luta pela salvação do mundo.


Pensando na cena clássica descrita no Domingo de Ramos, podemos retirar algumas simbologias que trazem um significado importante para nossa reflexão. 

O jumento, animal utilizado por Jesus Cristo para a sua entrada na cidade de Jerusalém, trata-se de um animal pacífico, utilizado para transporte de cargas comuns, água, alimentos. Ao contrário do cavalo, representaria um animal de grande serventia para guerra. Ao entrar a cidade de Jerusalém montado em um jumento, Jesus evoca a imagem do Príncipe da Paz. 

Diferentemente do que se pensava na época, o Filho de Deus não viria montado em um cavalo e cercado por um exército, para expulsar e humilhar Pôncio Pilatos e o Governo Romano. Jesus traz consigo a mensagem do triunfo que é ocasionado pela Paz.

Outro símbolo que podemos extrair, naturalmente, são os ramos. Em diversas passagens bíblicas os ramos de palmeiras, de oliveiras, ou outros tipos de materiais, eram utilizados para cobrir o caminho de alguma pessoa que era tida como merecedora desta honra. Jesus também foi acolhido dessa forma, naquele momento, pelo povo que cobriu o seu caminho com ramos de palmeiras, juncos que eram cortados e até mesmo as próprias vestes daquela pequena multidão que O seguia. Os ramos também simbolizam, conforme já citado, a nossa união com Deus e a lembrança da nossa comunhão com Jesus.

A Procissão de Ramos tem como objetivo apresentar a peregrinação que cada cristão realiza sobre a Terra buscando a vida eterna ao lado do Senhor. Esse ato nos faz relembrar que somos peregrinos neste mundo e que o céu é o lugar de onde viemos e para onde devemos voltar. 

Devemos lembrar também o dia anterior ao Domingo de Ramos, o Sábado de Lázaro, no qual Lázaro ressuscitado pelas mãos do Cristo serve de prelúdio para a sua ressurreição que ocorrerá dias após. 

terça-feira, 12 de março de 2013

A Obsessão Espiritual



Por: Gregorio Lucio


A obsessão espiritual é uma problemática que grassa na sociedade contemporânea, variando seu grau de influenciação e impacto sobre o comportamento de um indivíduo, ou de uma coletividade, afetando até mesmo, em casos mais graves, sua saúde psicológica e orgânica.

Importa entendermos que o mecanismo que une o ser humano à realidade que experimenta durante sua existência, como espírito encarnado ou desencarnado, está centrado nas expressões da mente, a qual coordena todas as manifestações de cada

Individualidade em quaisquer planos ou circunstâncias que possamos alcançar para exemplificação.

Portanto, o nível de consciência diante da realidade de si mesmo logra fazer com que o ser abra-se às possibilidades de optar conscientemente pelos caminhos que haverá de trilhar na senda das experimentações que inevitavelmente realizará, ao longo de todo o seu ciclo de desenvolvimento como Espírito que É, rumando para a auto-iluminação.

No entanto, por conta dos mais diversos dilemas existenciais com os quais o homem defronta-se - muitos permanecendo fixados em seu inconsciente desde as eras mais primevas da humanidade -, quais sejam os dramas envolvendo a idéia da ocorrência da morte, da doença, da violência, da solidão, da miséria, da perda, entre outros, este incorre na busca de mecanismos de fuga e alívio das pressões psíquicas que se lhe fazem estressantes e esmagadoras, desta forma surgindo os hábitos perniciosos, comumente observados em nosso meio social, como o tabagismo, o alcoolismo, a drogadição, a sexolatria, etc...vícios profundamente danosos à saúde e refreadores tenazes das possibilidades de transformação mental de todo aquele que se lhes torne um adicto.

Situamos a problemática do comportamento humano, e os seus desvirtuamentos, como premissas para compreendermos que na base das obsessões espirituais existe a conjunção de duas (ou mais) mentes que se afinizam e se estreitam, por identidade de pensamentos e emoções. Dessa forma, o ser encarnado não é e nunca será um marionete nas mãos das individualidades desencarnadas. Todos recebemos as influências das dimensões extra-físicas, tanto as situadas nas regiões de Luz quanto nas regiões de Escuridão, pois que ambas encontram ressonância em nosso mundo íntimo, pelo fato de que nossa própria condição humana caracteriza-se por essa polaridade, Luz e Escuridão (Sombra), que permeia nosso mundo mental e psíquico.

Nossos padrões emocionais estabelecem nossa conduta e pensamentos referentes às impressões que detemos em torno de nós mesmos e do mundo que nos cerca.Enquanto estagiamos inconscientemente em padrões emocionais de caráter perturbador, reagimos quase mecanicamente perante as ocorrências do cotidiano, cujas consequencias podem afigurar-se demasiadamente sérias.

A insistência e a repetição de pensamentos em torno de questões deprimentes e perniciosas, vão, aos poucos, sendo fixadas em nossos registros cerebrais, dotando-as de automatismos estabelecidos nas conexões neuroniais, fisiologicamente, e programando, dessa forma, os pensamentos que iremos primeiramente emitir, como resposta aprendida pelo cérebro. Assim, formarão-se padrões de pensamentos de caráter intrusivo, a repetirem-se automaticamente, estabelecendo-se um mecanismo estressante.

O sentimento sistemático de culpa, de desvalorização, de desânimo, de irritação, de revolta, efetivam uma gradual negação de si-mesmo, como forças repressoras que tornam-se verdadeiros gigantes emocionais, a pressionarem "para baixo" os pensamentos de caráter positivo, desvitalizando o corpo e sobrecarregando as estruturas psíquicas, rumando para um processo de adoecimento, podendo levar até mesmo à desencarnação.

Encontraremos aí, unidas à desarmonia iniciada por processos inconscientes da personalidade encarnada, as mentes desencarnadas que buscam, porque também doentes e desajustadas, o convívio psíquico do indivíduo obsediado, nutrindo-se de sua vitalidade e entrelaçando-se ao seu "hospedeiro", num processo de simbiose espiritual, conforme já narrado em livros referentes ao tema.A obsessão dar-se-á dentro de um mecanismo de "retro-alimentação", no qual ambos (obsessor-obsediado) nutrem-se um do outro, comungando dos mesmos pensamentos e padrões emocionais. Tal vinculação se estabelecerá por períodos mais ou menos longos, com a possibilidade de perdurar por uma ou várias encarnações inteiras, a depender da gravidade e dos compromissos que ligam os indivíduos envolvidos no processo perturbador.

Somente com a ocorrência da "quebra" de sintonia entre as mentes conjugadas no processo obsessivo é que será possível alcançar-se a recuperação e a retomada do equilíbrio gradativo para ambos.

O tratamento espiritual torna-se, então, o recurso pelo qual será possível penetrar no campo de ligação das mentes doentias e desvinculá-las, aos poucos, do contato enfermiço e infelicitador no qual deixaram-se fixar.

O passe, a oração, o acompanhamento médico/psicológico (quando a questão afetar de maneira mais profunda as condições psicofisiológicas do paciente), deverão constituir o caminho da reabilitação, ao qual o indivíduo deverá vincular-se a fim de modificar seus padrões de comportamento emocional, suas percepções de si e do outro, conscientizando-se dos seus conteúdos perturbadores e buscando apoios especializados para que possa encontrar meios saudáveis de resolvê-los ou de lidar com estes de maneira madura.

A busca por atividades esportivas, pela ocupação do tempo livre com compromissos edificantes e regulares, o trabalho regrado e ordenado (assalariado ou voluntário), o estudo, a vivência religiosa, o hábito da meditação, entre outros, são instrumentos valiosos dos quais poderá dispor para angariar forças e disposições íntimas a fim de superar os seus conflitos e recuperar o equilíbrio emocional.

A vivência de valores positivos, os quais possam trazer-nos experimentações gratificantes e felicitadoras, é a meta a que devemos nos propor ao longo de nossa atual encarnação.

Tornarmos a nossa vida programada por realizações edificantes são o antídoto para os mecanismos perturbadores que poderão situar-nos nos círculos do sofrimento e do flagelo espiritual, aos quais podemos entrar por nossa própria invigilância e descaso diante de nossas necessidades de reajustamento e transformação constantes.

Se procuramos vincularmo-nos aos nossos Guias e Protetores, permitindo que essa ligação se faça cada vez mais profunda, como uma ponte que nos permita chegar aos níveis de compreensão da realidade espiritual, é necessário, antes de tudo, que nossos canais estejam limpos para que o fluxo de nossas energias possam se fundir de maneira cada vez mais profunda.

Devemos, portanto, "subir" em direção aos planos nos quais os Numes de Aruanda encontram-se, ao invés de fixarmo-nos, imóveis, no lamaçal de nossos sofrimentos e indecisões, esperando que eles "desçam", como sempre, para que possamos nos contentar com uma mínima "faísca" de toda a Luz que em Aruanda está e da qual percebemos tão pouco, por conta das sombras da inconsciência a que preferimos nos entregar, para continuarmos com nossos desatinos.

Que a Luz de Aruanda Maior esteja iluminando-nos cada vez mais, na medida em que nos permitimos ir ao Seu encontro!

Saravá!

quinta-feira, 7 de março de 2013

Concentração

Concentração é o ato pelo qual fechamos as portas da mente ao exterior e orientamos nossa atividade interiormente para determinado objeto ou interesse.

Ela é muito importante no trabalho mediúnico [e em qualquer atividade cotidiana que exige atenção e foco], para alcançar a comunhão com o plano espiritual, individual e coletivamente.

Para uma boa concentração

Uma boa concentração não se improvisa, pois é o resultado do pensamento e da vontade bem exercitados no dia-a-dia.

Para chegar a um bom nível de concentração é recomendável:

CONSTANTEMENTE (DIA-A-DIA): cultivar bons hábitos, leituras e diversões sadias (evitar leituras, filmes, programas de televisão e atividades sociais de teor negativo, isto é, fúteis, violentos, imorais, deprimentes). Procurar tudo o que favoreça a elevação da mente; exercitar os bons sentimentos;

NO DIA DOS TRABALHOS: desde o levantar-se, pela manhã, utilizar-se da prece; ter em mente o trabalho espiritual do qual irá participar mais tarde e a importância deste compromisso; evitar emoções violentas, atritos, contrariedades e discussões que levem à exaltação do ânimo (para tanto, exercitar a paciência e a humildade). Fugir ao que possa levar à tensão, procurar manter o equilíbrio físico e mental. Alimentar-se frugalmente (alimentação leve), para não sobrecarregar o físico [porque o seu cérebro, e você, consequentemente, não poderá focar-se e manter-se totalmente ligado nos trabalhos se o seu organismo tiver que dedicar suas atividades e sua energia na digestão e desintoxicação de alimentos e bebidas inadequadas que foram ingeridas ao longo do dia]. Não tomar bebidas alcoólicas nem fumar (por razões óbvias);

NA HORA DO TRABALHO:  

  • Quanto ao físico - estar higienizado e vestido com sobriedade (roupas e calçados que não apertem, e seguindo demais instruções da casa), evitar perfumes fortes (de maneira a não incomodar os outros); Manter posição corporal cômoda e relaxada, sem contrair a musculatura, respirando calmamente, além de colocar-se de maneira respeitosa, sem apoiar-se nas paredes, com as mãos ou pés. Evitar mexer-se muito, bocejar (e demais ruídos e exalações orgânicas que podem e devem ser controlados e disciplinados pelo médium), e, principalmente, evitar conversações, risadas demasiadas e demais ruídos que possam incomodar os demais participantes. Tudo isso tem como objetivo facilitar o bem-estar físico e social do ambiente, e nunca, o desalinho das atitudes e o relaxamento das boas maneiras; 
  • Quanto ao psíquico - abstrair-se dos estímulos exteriores (sons, luz, movimentos); serenar o íntimo, colocando de lado as preocupações pessoais (durante o período em que perdure o trabalho); sentir-se fraterno e solidário com os demais participantes; focalizar os objetivos do trabalho que está sendo realizado (pensar na seriedade e na responsabilidade do que ali está ocorrendo e ativar, abrindo-se, voluntariamente, para o intercâmbio mediúnico) e sempre lembrar-se de que o objetivo do trabalho é o de aprender e servir, socorrer e ser socorrido, dentro das Leis Divinas; Manter-se sempre em clima de prece e buscando a sintonia com os Guias e Mentores de Luz
FORMANDO A CORRENTE

Com a concentração, pouco a pouco, acalmam-se as inquietudes e as agitações e passam a ser liberados os "fluidos" e "energias positivas", que as mentes dos encarnados (corrente mediúnica) e desencarnados (corrente astral), trabalham, e conduzem num único sentido.

Quando esta conjugação atinge o nível necessário, estabelece-se a ligação entre "o Céu e a Terra", num sublime fluxo de energias fluídicas.

O intercâmbio mediúnico se faz, ensejando, a encarnados e desencarnados o conforto e o esclarecimento, o despertar e a renovação, o dar e o receber.

A esse processo de ligação espiritual é que popularmente se chama de "formação da corrente". Ela não depende [essencialmente] de fórmulas, rituais, vestes especiais ou lugares determinados. Somente quanto esta se faz é que realmente os trabalhos foram "abertos", pois somente então se inicia a comunhão harmoniosa entre os dois planos.

Quem estiver em concentração, oração e doação, tornar-se-á um elo vivo na corrente espiritual formada. Quem se alhear, refratário e improdutivo, dela não participará, embora se encontre no recinto e por ela seja influenciado.

MANTENDO A VIBRAÇÃO

Abertos os trabalhos, o ambiente fluídico (a corrente espiritual) precisará ser mantido e sustentado em todo o decorrer do trabalho.

Para tanto, cada participante deve:
- Cuidar para sempre estar concentrado nos objetivos do trabalho;
- Orar e doar vibrações, quer em favor dos companheiros do grupo, quer em apoio ao trabalho dos Bons Espíritos, Guias e Mentores de Luz, quer em socorro a pessoas ou entidades espirituais necessitadas.

Para isso, um bom meio é:
- Mentalizar todos aqueles ligados ao trabalho espiritual, encarnados ou desencarnados, endereçando-lhes pensamentos bons e envolvendo-lhes em sentimentos fraternos;
- Ficar meditando em tudo o que é bom e digno diante de Deus (caridade, fé, esperança, alegria, resignação, compaixão, etc) e, assim, emanar forças fluídicas benéficas que os Mentores de Luz utilizarão em favor do bem geral;

Concentrar-se e manter a vibração normalmente não cansa, porque produz um estado de alma elevado, no qual recebemos permuta de fluidos superiores pelos que emitimos e podemos ir variando o tema das nossas vibrações e mentalizações. 

Variar o pensamento, transitando por temas coerentes com as finalidades do trabalho, é uma maneira de manter a vibração contante e potencializada, pois é muito difícil permanecermos focados num mesmo pensamento e/ou imagem por muito tempo, o que acabaria nos desgastando.

Se estamos sentido cansaço demasiado (além daquele provindo do esforço natural de se manter em pé, dançar, movimentar-se, etc) é porque está havendo alguma falha, de nossa parte, em nosso modo de concentrar e vibrar (podemos estar tensos, aflitos, ansiosos, etc) ou então, o ambiente estará sofrendo grandes interferências contrárias, o que na maioria das vezes não é o caso.


Imposição das Mãos

Quando nos identificamos com o pensamento do Cristo e nos impregnamos da mensagem que Ele se fez Messias, sempre temos algo que dar, em Seu nome, àqueles que se nos acercam em aflição.

Dentre os recursos valiosos de que podemos dispor em benefício do nosso próximo, destaca-se a “imposição das mãos” em socorro da saúde alquebrada ou das forças em deperecimento.

A recuperação de pacientes portadores de diversas enfermidades estava incluída na pauta das tarefas libertadoras de Jesus.

De acordo com a gênese do mal de que cada necessitado se fazia portador, Ele aplicava o concurso terapêutico, reestabelecendo o equilíbrio e favorecendo com a paz.

“Impondo as mãos” generosas, cegos e surdos, mudos e feridos renovavam-se, tornando ao estado de bem-estar anterior.

Estimuladas pela força invisível que Ele transmitia, as células se refaziam, restaurando o organismo em carência.

Com o Seu auxílio, os alienados mentais eram trazidos de volta à lucidez e os obsidiados recobravam a ordem psíquica, em face dos Espíritos atormentadores, que os maltratavam, os deixarem.

Estáticos e catalépticos obedeciam-Lhe a voz, quando chamados de retorno.

Esse ministério, porém, que decorre do amor, Ele nos facultou realizar, para que demos prosseguimento ao Seu trabalho entre os homens sofredores do mundo.

Certamente não nos encontramos em condições de conseguir os feitos e êxitos que Ele produziu. Sem embargo, interessados na paz e na renovação do próximo, é-nos lícito oferecer as possibilidades de que dispomos, na certeza de que os nossos tentames não serão vãos.

Jesus conhecia o passado daqueles que O buscavam, favorecendo-os de acordo com o merecimento de cada um. Outrossim, doando misericórdia de acréscimo, mediante a qual os beneficiados poderiam conquistar valores para o futuro, repartindo os bens da alegria, estrada afora, em festa de corações renovados.

Colocando-se, o cristão novo, à disposição do bem, pode e deve “impor as mãos” nos companheiros desfalecidos na luta, nos que tombaram, nos que se encontram aturdidos por obsessões tenazes ou desalinhados mentalmente...

Ampliando o campo de terapia espiritual, podemos aplicar sobre a água os fluidos curadores que revitalizarão os campos vibratórios desajustados naqueles que a sorverem, confiantes e resolutos à ação salutar da própria transformação interior.

Tal concurso, propiciado pela caridade fraternal, não só beneficia os padecentes em provas e expiações redentoras, como ajuda aqueles que se apresentam ao labor, em razão destes filtrarem as energias dos Mentores Desencarnados e que são canalizadas na direção daqueles necessitados.

É compreensível que se não devem aguardar resultados imediatos, nem efeitos retumbantes, considerando-se a distância de evolução que medeia entre o Senhor e nós, máxime na luta de ascensão e reparação dos erros conforme nos encontramos.

Ninguém se prenda, nesse ministério, a fórmulas sacramentais ou a formas estereotipadas, que distraem a mente que se deve fixar no objetivo do bem e não na maneira de expressá-lo.

Toda técnica é valiosa quando a essência superior é preservada.

Assim, distende o passe socorrista com atitude mental enobrecida, procurando amparar o irmão agoniado que te pede socorro.

Não procures motivos para escusar-te.

Abre-te ao amor e o amor te atenderá, embora reconheças as próprias limitações e dificuldades em cujo campo te movimentas.

Dentre muitos que buscavam Jesus, para o toque curador, destacamos a força de confiança expressa no apelo a que se refere Marcos, no capítulo cinco, versículo vinte e três do Evangelho: – “ E rogava-lhe muito, dizendo: minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva”.

Faz, portanto, a “imposição das mãos”, com o amor e a “fé que remove montanhas”, em benefício do teu próximo, conforme gostarás que ele faça contigo, quando for tua a vez da necessidade.

(Joanna de Ângelis, médium Divaldo P. Franco, em Otimismo)

Prática Mediúnica

Tudo na vida é afinidade e comunhão, sob as leis magnéticas que lhe presidem os fenômenos.

Tudo gravita em torno dos centros de atração e sustentação de forças determinadas e específicas, no plano em que evoluímos para a Ordem Superior.

A mediunidade não pode igualmente escapar a semelhante impositivos.

Almas ignorantes atraem criaturas ignorantes.

Doentes afinam-se com doentes.

Há entidades espirituais que se dedicam ao serviço do próximo, em companhia daqueles que estimam a prática da beneficência, tanto quanto existem inteligências desencarnadas que, em desequilíbrio, se devotam a lamentáveis alterações da tranqüilidade alheia, junto das pessoas indisciplinadas e insubmissas.

Obsessores vivem com quem estima perseguir e vampirizar e comunicantes irônicos somente encontram guarida nos companheiros do sarcasmo.

Eis porque, acima da prática mediúnica, examinada sob qualquer aspecto, situamos o imperativo da educação em nossos círculos doutrinários.

Amontoam-se vermes onde se congregam frutos desaproveitados ou apodrecidos, assim como a luz brilha onde encontra força ou material que lhe sirvam de combustíveis.

O médium receberá sempre de acordo com as atitudes que adota para si mesmo, perante a vida.

Se irado, sintoniza-se com as energias perturbadas do desespero; se preguiçoso, vive à vontade com os desencarnados ociosos.

Quem deseje crescer para a Espiritualidade Superior não pode menosprezar o alfabeto, o livro, o ensinamento e a meditação.

Mediunidade não é exaltação da inércia ou da ignorância.

O médium, para servir a Jesus de modo positivo e eficiente, no campo da Humanidade, precisa afeiçoar-se à instrução, ao conhecimento, ao preparo e à própria melhoria, a fim de que se faça filtro de luz e paz, elevação e engrandecimento para a vida e para o caminho das criaturas.

Jesus é o nosso Divino Mestre.

Eduquemo-nos com Ele, a fim de que possamos realmente educar.

(Emmanuel, médium Francisco C. Xavier, em – Mediunidade e Sintonia)

Em torno da Mediunidade

Ser médium não é simplesmente fazer-se veículo de fenômenos que transcendem a alheia compreensão.

Acima de tudo, é indispensável entendamos na faculdade mediúnica a possibilidade de servir, compreendendo-se que semelhante faculdade é característica de todas as criaturas.

Acontece, porém, que o homem espera habitualmente pelas entidades protetoras em horas de prova e sofrimento, para arremessar-se ao estudo e ao trabalho quase sempre com extremas dificuldades de aproveitamento das lições que o visitam, quando o nosso dever mais simples é o de seguir, em paz, ao encontro da Espiritualidade Superior, movimentando a nossa própria iniciativa,
no terreno firme do bem.

A própria natureza é pródiga de ensinamentos nesse particular.

A terra é médium da flor que se materializa, tanto quanto a flor é medianeira do perfume que embalsama a atmosfera.

O Sol é o médium da luz que sustenta o homem, tanto quanto o homem é o instrumento do progresso planetário.

Todos os aprendizes da fé podem converter-se em médiuns da caridade através da qual opera o Espírito de Jesus, de mil modos diferentes, em cada setor de nossa marcha evolutiva.

Ampara aos teus semelhantes e encontrarás a melhor fórmula para o seguro desenvolvimento psíquico.

Na plantação da simpatia, por intermédio de uma simples palavra, estabelecemos, em torno de nós, renovadora corrente de auxílio.

Não aguardes o toque de inteligências estranhas à tua, para que te transformes no canal da alegria e da fraternidade, a benefício dos outros e de ti mesmo.

Podes traduzir a mensagem do Senhor, onde quer que te encontres, aprendendo, amando, construindo e servindo sempre, porque acima dos médiuns dessa ou daquela entidade espiritual, desse ou daquele fenômeno que muitas vezes espantam ou comovem, sem educar e sem edificar, permanecem a consciência e o coração devotados ao Supremo Bem, através dos quais o Senhor se manifesta, estendendo para nós todos a bênção da vida melhor.

(Emmanuel, médium Francisco C. Xavier, em – Mediunidade e Sintonia)

quarta-feira, 6 de março de 2013

Trabalho - Nosso Lugar

“Com relação ao trabalho, por base de rendimento na vida de cada pessoa, a cada passo, ouvimos no mundo afirmativas quais estas:

- Se eu tivesse a terra igual a do vizinho...
- Estimaria dispor de saúde para tarefa...
- Faltam-me forças...
- Meus nervos são frágeis demais...
- Quem sou eu para auxiliar, em favor de alguém?
- Quando eu tiver recursos suficientes...
- No dia em que me seja possível residir numa casa mais ampla...
- Não sou criatura digna para o encargo proposto...
- Conheço as minhas limitações...
- Se eu possuísse dinheiro...
- Quando a sorte chegar...

Tantas alegações descabidas indicam que milhares de companheiros desejam para si a tarefa dos outros, esquecendo o serviço que a Sabedoria da Vida lhes confiou.

Quando todos nós nos dispusermos a cumprir as próprias obrigações, sem o conformismo da inércia e sem a rebeldia da insatisfação destrutiva, estaremos todos em harmonia com as leis da Vida e do Universo, transformando o tempo em alegria e transfigurando a Terra em céu – na plenitude dos Céus”

(Emmanuel, médium Chico Xavier – em, Paz)

Pediste

Diante dos entes amados que brilham nas Esferas Superiores, rogaste as oportunidades de trabalho que hoje te felicitam a senda.

Revisaste erros e acertos e, de alma confrangida no inventário das próprias culpas, suplicaste o recomeço na experiência terrestre.

Pediste o berço dorido, a fim de que os obstáculos do reinício te assinalassem os impositivos do reajuste, e achaste as provas da Infância, que te serviram de ensinamento.

Pediste a carência dilatada, suscetível de arrancar-te a descontrolada paixão pelo desperdício, e acordaste no lar infestado de lutas, que te não deixa margem a fantasias.

Pediste recursos contra a vaidade que te petrificava os sentimentos no orgulho, e detiveste a condição social torturada e difícil que te obriga a entesourar obediência e conformação.

Pediste o reencontro com as vitimas e os cúmplices das tuas ações reprováveis, de modo a resgatares clamorosos débitos contraídos, e recuperaste a companhia deles, na presença dos familiares- problemas e dos companheiros-enigmas que te compelem às disciplinas do coração.

Pediste remédio contra as inclinações infelizes que muitas vezes te situaram no desequilíbrio da emoção e da mente, e obtiveste a doença física transitória, que, pouco a pouco, te infunde as alegrias da cura espiritual.


Estudantes na escola da Terra, todos pedimos aos instrutores da vida as riquezas da educação.

Contudo, em pleno curso do necessário aperfeiçoamento, choramingamos e reclamamos, à maneira de desertores inveterados.

Desconfia de todo amigo encarnado ou desencarnado que te alimente a ilusão com vantagens e privilégios, facilidades e louvaminhas.

Professor menos responsável, que favorece capricho e cola, a pretexto de amor, apenas consegue rebaixar o aprendiz e estragar a lição.

(Emmanuel/Chico Xavier - Seara dos Médiuns)

Verbo e Caminho

“Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro do Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido”. – Apóstolo Paulo ( I Timóteo, 4:6)

É necessário estudar o poder do verbo e jamais abusar dele. Mobilizá-lo para estabelecer condições de saúde e equilíbrio, paz e alegria, onde estivermos. Compreendê-lo e acatá-lo para saber que a verdade, na correção do Espírito, deve ser empregada como a radioterapia na cura física, dentro da cautela aconselhável, sem que nos caiba o direito de inclinar-lhe as aplicações para o terreno da leviandade ou da malícia. Usá-lo para auxiliar e abençoar, levantar e instruir.

Falar é gravar.

Gravar é criar.

Acatemos as necessidades e os interesses dos outros, no campo dos recursos verbalistas.

Somos obviamente, responsáveis pelos bens materiais de que nos apropriemos indébitamente. Outro tanto acontece, quando dilapidamos fé e otimismo, esperança e coragem nos corações alheios.

A idéia é uma força criadora e nossas palavras aderem a ela, construindo sentimentos, sugestões, formas e coisas.

Conversemos para melhorar.

Utilizemos a frase por agente de elevação.

Estejamos convencidos de que as palavras que nos escapam da boca ou da escrita assemelham-se, de maneira simbólica, ao ferro gusa; após escorrerem do forno de nossa mente, solidificam-se nos trilhos bons ou maus, sobre os quais o comboio de nossa existência estará no caminho.

(Emmanuel, página recebido por Chico Xavier)

De Servidor para Servidor

"Nunca te permitas o vazio da tristeza inútil na caminhada do Bem.

Não te fixes nos empeços da senda.

Reflete nas bençãos recebidas.

Rememora os obstáculos que passaram e pensa nas alegrias que o trabalho te concede.

Acordaste cedo para a luta pela própria sobrevivência e, bastas vezes, acompanhaste os amigos nas tribulações com que se viram defrontados, partilhando-lhes a dor.

O trabalho, porém, te estendeu apoio, em todas as crises trazendo-te amigos outros que te podaram as inquietações e te restituiram as forças dilapidadas para que não desfalecesses.

Oraste nos momentos difíceis, suplicando o amparo da Vida Maior e, através do trabalho, braços devotados se te fizeram canais de apoio, sustentando-te os passos, ao longo do caminho.

Nunca te rendas à tentação do repouso desnecessário e nem te aconselhes com o desalento, de vez que, em tuas áreas de serviço, encontras sempre tudo aquilo de que mais necessitas, a fim de seguir adiante.

Honra os encargos que te honram e, sobretudo, agradece ao trabalho tudo aquilo que, um dia, possas ter ou ser de melhor, porquanto é no trabalho do bem aos semelhantes que terás, em qualquer tempo, o teu mais seguro endereço para o socorro de Deus”.

(Emmanuel, médium Chico Xavier – em, Confia e Segue)

segunda-feira, 4 de março de 2013

O Aprendiz do Silêncio

Por: Gregorio Lucio

O APRENDIZ DO SILÊNCIO

Senhor da Vida,

No íntimo do meu coração,
Rogo-Te o valioso aprendizado
Que coroa as Almas Nobres
E os Espíritos Lúcidos.
O silêncio.

Calo os meus lábios
Para que eu perceba meus pensamentos.
Para vivenciar a inquietude,
E terminar sereno.

Silencio minhas palavras
Para ouvir o vento.
Para observar as árvores.
Para entregar-me, atento, às ondas.
Enquanto diluem-se as preocupações.

Emudeço os meus comentários,
Na intenção de compreender
Quais os meus sentimentos.
Para onde eles me levam?
O que causam em mim?

Omito o meu falar
Refletindo o sentido daquilo que vivo.
Colhendo, no silêncio, os Lírios do que aprendo
Deixando vir o sorriso espontâneo
Ou a lágrima que dá alívio.

É cada vez maior o meu silêncio.
E, cada vez mais, minhas mãos trabalham.

Inspiração de Salvador Meirigo 
04/03/2013

sábado, 2 de março de 2013

Simbolismo da Cruz

(trecho extraído da obra Umbanda - Essa Desconhecida, autor Roger Feraudy)

Ivan - De onde provém o simbolismo da cruz e quais as razões reais de sua adoção pelos povos primitivos?
Pai Velho: Inicialmente, vamos procurar sua antiguidade histórica para, depois, darmos as razões simbólicas de sentido profundamente oculto.


Encontramos uma de suas primeiras origens na Índia Védica, nos mistérios do fogo sagrado instituído por Rama. O culto de Agni, nos antigos mistérios, é a manifestação da divindade do plano material - Deus Imanente.

O fogo sagrado era produzido, entre os primitivos povos védicos, por dois madeiros cruzados que, pelo atrito de um sobre o outro, produziam a primeira chama. Nessa operação, meu filho, existe um mundo de simbolismo e conhecimento oculto. Por um lado, no seu aspecto transcendente, é Agni o Sol, que é o salvador dos homens das trevas da noite, dando-lhes com seus raios o calor necessário à vida. Esotericamente, também, dissipa as trevas da noite da ignorância. No seu aspecto imanente, terreno, Agni é o Salvador e o Libertador, pois seus raios trazem a claridade, o calor e a luz. O fogo e o sol são fonte de luz, de calor e de vida. Ambos dissipam as trevas. Assim, o homem adora a luz como verdadeiro Deus, sendo que no mundo astronômico, transcendental, a sua personificação é o sol e no mundo físico, da matéria, no seu aspecto imanente, a sua personificação é a cruz.

Daí, "zi-Ivan", ser a cruz sagrada, pois é por meio dela que se manifesta no universo visível o Deus transcendente. Simbolicamente, é a primeira crucificação da deidade, por meio do sacrifício. Porque, manifestando-se, sacrifica-se a si mesmo na cruz da sua renúncia cósmica. É o sacrifício cósmico da libertação, um sacrifício por amor que, ao mesmo tempo, é redenção e salvação. É a salvação no sentido de estar presente na humanidade inteira e na menor partícula do Cosmo manifestado. Tal é o sentido do crucificado, onde, atado ao madeiro, o leito duro da provação, o iniciado sofre a morte de suas paixões carnais e, depois, esse mesmo madeiro de suas paixões torna-se a "árvore da vida nova", de onde renasce como iluminado.


Por isso, a primeira chama, a primeira fagulha do fogo sagrado entre os Vedas era chamado de "o menino". É o divino salvador, Agni. E é por isso que José, pai de Jesus, portanto, pai de Deus, é chamado o carpinteiro - aquele que faz a madeira para ser atritada e dar nascimento ao fogo sagrado. Analogamente, o pai do fogo, o pai do Deus Agni.

Poderíamos, graficamente, representar dessa forma o simbolismo do fogo e da luz:

DEUS - LUZ - CRUZ

De outra forma, meu filho, podemos ainda citar, a título de conhecimento histórico, um fato bastante interessante: quando os jesuítas chegaram ao Brasil, encontraram a cruz sendo adorada por todos os povos tupis-guaranis. Os aborígenes brasileiros davam à cruz o nome de "curuçá" e adoravam-na como símbolo do poder criador, o fogo sagrado.

No idioma "nhengatu", "curu" significava "fragmento de pau" e "ça", "gritar ou produzir som estridente". O mesmo som do fogo crepitante da madeira. O simbolismo, meu filho, e evidente por si só e nos dá perfeita correlação com o simbolismo pré-védico.

Sob o ponto de vista oculto, a cruz simboliza os quatro pontos cardeais, ou, ainda, os quatro estágios da passagem do homem pela matéria: nascimento, vida, morte e imortalidade (iniciação).

Chegamos, agora, ao ponto alto do simbolismo hermético e, para poder esclarecê-lo, vamos verificar qual era a técnica primitiva das cerimônias sagradas desses povos para se produzir o divino salvador Agni.

Entre os dois madeiros para se friccionar havia, no centro, uma cavidade, na qual era introduzido um cone que, posto em rápido movimento circular com uma tira de couro, produzia a chispa que se tornaria em fogo sagrado. O cone introduzido na cavidade é, assim, o Pai que dá origem ao fogo. Porém, não o verdadeiro Pai, mas o pai putativo do deus que irá nascer. Daí, alegoricamente, ser São José o pai putativo de Jesus, e não o verdadeiro pai. Perfeitamente igual ao sacerdote do fogo sagrado, pai putativo de Agni.

Porém, para se avivar a chama de conservá-la inicialmente como poder e vida, soprava-se a chama nascente. É o sopro da vida a que se refere a Gênese no seu capítulo II.

O simbolismo se completa. A cruz é a mãe; o cone que penetra o orifício central, é o pai, não porém o verdadeiro, mas o pai putativo e, assim sendo, a mãe continua virgem porque não é o verdadeiro pai que nela penetra; o sopro ou o vento que aviva a chama é o Espírito Santo, aquele que dá a vida e, finalmente, a chama é o Filho de Deus Pai. Estamos de posse de todos os elementos que vão compôr a palavra sagrada  Aumpram: Pai, Espírito Santo, Mãe e Filho.

No sânscrito, encontramos, ainda, maiores simbolos ocultos. Assim, a palavra "puttra" (filho), associada a "punya" (belo, puro), origina filologicamente a palavra "filho purificador" - Agni. Ora, Put é um dos infernos da mitologia indiana e o sufixo "tra" empresta à palavra "puttra" o sentido de libertação. Assim, literalmente, "puttra" é "libertador do inferno put".

 Como verificamos anteriormente, a cruz era usada nos mistérios da Iniciação, onde o neófito colocado deitado, com os braços abertos em cruz para, então, renascer de novo para a vida espiritual. A analogia é clara. O candidato à Iniciação, deitado sobre a cruz, identifica-se com a divindade e é salvo do inferno de suas paixões, vence a matéria e o egoísmo da personalidade separatista. Nasce para uma nova vida, a vida do Espírito. Renasce salvo do inferno da dúvida, da incompreensão e da ignorância que o mantém prisioneiro da ilusão dos sentidos. É um novo renascimento. Puttra o salva de Put. É o símbolo sagrado da Iniciação. E é um renascimento virginal, pois ele nasce de uma mãe virgem e de um Pai Divino, é um Filho de Deus.

Daí se origina, sem dúvida, "zi-Ivan", o mistério da paixão de Jesus Crucificado, a paixão verdadeira do Getsêmani, em que o homem que atinge o grau de Adepto ou Mestre está completamente só, totalmente desamparado na matéria. É uma solitude impressionante e absoluta, que só aqueles que atravessam essa fase podem entender completamente. Aí está o verdadeiro sentido da paixão, do sacrifício, do sofrimento e da morte da matéria. Depois de morta a matéria, depois de morta a personalidade, o homem renasce ou ressuscita no homem verdadeiro, o homem real, o Iniciado, o Mestre que já não é mais um ser, um "eu" individual, mas um ser Uno com o Divino Senhor do Universo".