domingo, 28 de abril de 2013

Os Orixás nos Ensinos de Jesus - Iemanjá

(trecho de capítulo da obra Umbanda Pé no Chão, autor Norberto Peixoto)

Jesus e os Ensinamentos dos Orixás contidos nos Evangelhos

IEMANJÁ é o respeito, o amor, o despertar da Grande Mãe [arquétipo feminino da criação] em cada um, a percepção de que somos co-criadores com o Pai, podendo gerar a “vida”. Jesus tinha o princípio do masculino e do feminino (animus e anima) em Sua essência divina, em perfeito equilíbrio interno. Hoje, temos uma visão totalmente distorcida e masculinizada do princípio feminino. Deus na realidade é: Deus-Pai-Mãe-Espírito. Temos dificuldade de penetrar na essência do feminino, que é a emoção, a doçura, a compaixão. É a energia que flui, a essência da doação, da harmonia, da vida em perfeito equilíbrio com a natureza, que espera com paciência, em seu próprio ritmo.

Na vibração do amor, tudo se harmoniza e permite que vejamos e aceitemos as pessoas como elas realmente são. Amar é abrir o coração sem reservas, desarmar-se, entregar-se e doar-se. As águas representam as nossas emoções...

- “Quem é minha mãe e que são meus irmãos, senão aqueles que fazem a vontade do Pai?”, disse Jesus demonstrando que Seu amor ampliava-se à toda humanidade, para nos ensinar que, rompendo os grilhões do parentesco carnal, formamos uma única família universal.

Iemanjá, em sua vibração divina, cria os seus filhos para a vida, para que sejam cidadãos do mundo, respeitando a sua individualidade. Mãe zelosa, quer e visa unicamente ao bem de sua coletividade. É considerada a Grande Mãe porque acolhe também os filhos adotivos, de outras mães. Num terreiro de umbanda é agregadora dos grupos, o sentido de união, o humanitarismo, a procriação no sentido de progresso e prosperidade.

Vovó Maria Conga nos esclarece: “O amor compreendido e praticado é como um pintor que reproduz obras que favoreçam a todos que são abrangidos pelo seu raio visual, provocando o desenvolvimento de novos valores internos, modificando os quadros mais íntimos de cada um, com as novas tintas e pincéis das conquistas realizadas em favor do outro”.

Sendo assim, surge a caridade com si mesmo, que restaura no indivíduo a sua dignidade psíquica, levando-o a superar o momento de dificuldade na conquista do alimento, da manutenção do lar, da educação e da saúde por meio do próprio esforço. É o “ensinar a pescar” que propicia o alimento sempre.

O mar é o nosso maior provedor de alimentos e pulsação da vida – este é o sentido de prosperidade. No seu movimento de fluxo e refluxo das marés, limpa, energiza, leva o negativo e transforma-o em positivo, promovendo o equilíbrio.

Jesus reunia-Se com Seus discípulos nos finais de tarde, às margens do mar de Genesaré, para ensinar-lhes sobre o “reino dos céus”, e transformá-los em pescadores das almas. Em Seu diálogo com Maria de Magdala, no livro Boa Nova, psicografado por Chico Xavier, ela diz: “Desgraçada de mim, Senhor, que não poderei ser mãe”. Então, atraindo-a brandamente para Si, o Mestre acrescentou: “E qual das mães será maior aos olhos de Deus: a que se devotou somente aos filhos da carne, ou a que se consagrou, pelo espírito, aos filhos das outras mães?”.

A palavra de Jesus lhe honrava o espírito, convidava-a a ser mãe de seus irmãos em humanidade, aquinhoando-os com os bens supremos das mais elevadas virtudes da vida.

“Vai, Maria! Sacrifica-te e ama sempre! Longo é o caminho, difícil a jornada, estreita a porta, mas a fé remove os obstáculos. Nada temas: é preciso crer somente!”

E Maria de Magdala renunciou aos prazeres transitórios da carne e dedicou-se integralmente a auxiliar os irmãos em sofrimento, aliviando-lhes as feridas do coração, ficando até o fim de sua vida terrena junto aos aleijados e leprosos.

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