sábado, 9 de fevereiro de 2013

Sintonia e Homogeneidade


Amigos,

Boa noite!

Segue mais um oportuno texto para a nossa reflexão e aprendizado.

Adicionamos alguns grifos para nossa melhor compreensão.

Att

Gregorio

(Capítulo do livro “A Imensidão dos Sentidos”, autor espiritual: Hammed, médium: Francisco do Esp. Santo Neto)

Sintonia e Homogeneidade

“Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são as resultantes de todas as dos seus membros, e formam como um feixe; ora, esse feixe terá tanto mais força quanto for mais homogêneo” (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte – capítulo XXIX, item 331)

Normalmente, não fincamos nossas raízes – mentais, emocionais e espirituais – o suficiente na realidade espiritual da vida. Dessa forma, em épocas de estiagem na superfície, não temos uma fonte de suprimento que nos alimente e fortaleça, vitalizando nossa intimidade.

Todos os grandes pensadores da humanidade sempre nos incentivaram a que aprofundemos nossas raízes intelectuais e emocionais nas bases veneráveis da existência humana. Paulo de Tarso, o grande divulgar do Cristianismo entre os gentios, reporta-se, em sua pregação aos atenienses, à unicidade do Criador e suas criaturas: “Nele vivemos, nos movemos e existimos (...)”.(Atos, 17:28)

O Universo é a projeção da Mente Divina, e nós, como criação vivemos interdependentes no Idealismo Superior.

Somente quando tomamos consciência da necessidade de fazer uma perfeita conexão com nossa profundidade sagrada é que passamos a ter uma ampla visão da unidade com a Vida Cósmica. É preciso ancorarmos nossos alicerces na Base Divina que há em todos nós.

Se os membros do grupo mediúnico estiverem somente obedecendo a regras e padrões prescritos para o dia da reunião – desde quando acordam até o horário preestabelecido para o início –, podem estar apenas a serviço de fórmulas superficiais e bem estreitas. Quando reconhecemos nossa junção com tudo o que existe, ampliamos nosso conceito de sintonia.

Não é possível obter sintonia vibratória somente com comportamentos estereotipados e posturas programadas antes, durante e ao término da reunião espiritual, mas, sim, quando conseguimos nos “contextualizar no Universo”. Sintonizar-se quer dizer perceber a razão incomensurável e coesa da existência humana, que preenche o vazio que acreditamos existir entre os seres humanos.

Desatar os elos da ilusão nem sempre é uma tarefa fácil. Quanto mais superficial for a visão de unidade entre todas as coisas, mais a pessoa ficará dominada por uma “realidade fragmentada”. No entanto, quanto mais ela for desenvolvida espiritualmente, mais verá a profundidade e significado das criações e das criaturas.

À proporção que a humanidade evolui, a alma humana se alarga, amplia seus conceitos, supera barreiras e desobstrui fronteiras. Quando o indivíduo se universaliza, ele se descobre na multiplicidade das relações por todo o mundo. Sua mente, antes horizontalizada, se verticaliza; alicerça-se em uma estrutura de planos e superplanos do entendimento superior. Seu coração, como um botão de flor, se desabrocha, lançando as pétalas de amor amplo, dinâmico e sem fronteiras sociais, de raça ou de crença.

“(...) ora esse feixe terá tanto mais força quanto for mais homogêneo”. Para que uma reunião seja homogênea, seus participantes precisam acreditar realmente que as habilidades de cooperação, e as alegrias do serviço em conjunto são um investimento poderoso e sábio para o crescimento evolutivo. Necessitam ter uma compreensão de que a harmonia grupal depende de uma interação coletiva mais profunda, reconhecendo que nenhuma unidade ganhará à custa de outra, pois cada porção contribui para a totalidade, e a totalidade, por sua vez, nutrirá todas as porções.

Nos atendimentos de orientação mediúnica [e nas giras de Umbanda], é comum observarmos que, em muitas ocasiões, quando um espírito é atraído para ser esclarecido, traz consigo, inconscientemente, muitos outros, todos unidos pela mesma situação ou problemática existencial.

Por possuírem semelhantes pontos fracos ou lições para aprender, basta atender a um para que também todos os outros sejam beneficiados.

A Natureza não funciona em caráter de isolamento ou de redoma de vidro. Para a Vida Providencial somos um todo funcionando dinamicamente – movimento e atividade energética intensa.

O alvo definitivo de um grupo mediúnico é a unidade: a integração íntima entre sentimentos, crença e pensamentos. O isolamento e a falta de comunhão mental são o oposto do que a Espiritualidade Maior aspira realizar.

Não podemos compreender a importância de uma reunião mediúnica [e de uma gira de Umbanda] sem possuir senso de responsabilidade individual e coletiva.

Vale transcrever um pequeno trecho do discurso do chefe indígena Seattle em 1852, quando seu povo foi obrigado a ceder suas terras aos colonizadores norte-americanos. Ele disse: “A terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isso nós sabemos. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. O que quer que aconteça à terra, acontece aos filhos da terra. O home não teceu a trama da vida, ele é simplesmente um fio nela. O que quer que ele faça a trama, faz a si mesmo”. A grandeza da alma é uma condição espiritual desvinculada da religião que se professa.

Todos temos uma dimensão transcendental em nossas vidas, não importa qual seja nossa orientação religiosa. Os totemistas, budistas, católicos, hindús, mulçumanos, protestantes, espíritas, igualmente ateus e agnósticos, todos compartilham de uma essencia espiritual em sua experiência íntima, independentemente de reconhecê-la ou não.

O participante de uma reunião mediúnica [e de uma gira de Umbanda] não pode nutrir um espírito sectarista, pois é a negação dos preceitos cristãos e, consequentemente, a negação dos princípios espíritas, que revivem na atualidade os ensinos do Cristo e da era apostólica. Para o intolerante, só os de sua religião estão com a verdade e, portanto, merecem exclusiva atenção divina.

No Espiritismo [e também na Umbanda], impera uma visão universalista e progressista, porque ele jamais se proclamou o detentor exclusivo da verdade: “As descobertas da ciência glorificam a Deus, em lugar de o rebaixar; elas não destroem senão o que os homens edificaram sobre idéias falsas que eles fizeram de Deus” (A Gênese, capítulo 1 – item 55)

A essência da espiritualidade é a conexão que se faz com as divinas potencialidades que existem em nossas profundezas. Cada um de nós é uma “sintetização individualizada” das forças criativas do Cosmos, quer acreditemos ou não.

É compreensível nossa dúvida ou indignação diante dos processos da Natureza que ainda ignoramos. Por exemplo: se fosse possível contarmos a uma semente de laranja que nela existe a própria laranjeira, talvez ela duvidasse ou não aceitasse.

Quanto mais ampliarmos a consciência do que somos, maior será a nossa espiritualização. A percepção da realidade de uma criatura tem a dimensão exata de sua própria consciência: nem mais, nem menos.

Nem sempre temos a exata noção da “sinfonia da vida”, da qual participamos. Ela é muito maior do que podemos imaginar, e precisamos contribuir com nosso acorde para que a melodia se complete.

A sintonia e homogeneidade dos membros de um grupo de trabalho cristão acontece, efetivamente, só quando eles percebem a interconexão da própria individualidade com tudo no Universo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário