quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Povo do Mar

Por: Gregorio Lucio


As entidades espirituais congregadas sob as linhas e falanges de trabalho na Umbanda, vinculam-se por processos de sintonia e afinidade - os quais fogem da nossa compreensão total neste momento - a egrégoras específicas (estruturas energéticas presentes no plano astral) que compõem os círculos espirituais relacionados, dentro da cosmovisão Umbandista, com os diversos campos da Natureza, conforme os sejam as matas, o mar, as montanhas, as cachoeiras, etc... Todo esse complexo é regido por um (ou mais) Orixá(s).

Conforme o nome já o diz, Povo do Mar é um termo popular utilizado no meio Umbandista, para designar as linhas e falanges ligadas aos Orixás que regem as vibrações e os campos espirituais relacionados às Águas, e mais especificamente, as águas marinhas.

Na Umbanda Branca, existem os mais diversos tipos de seres espirituais vinculados, consciencialmente, a essa vibração (Caboclos e Caboclas, Sereias, Ondinas, Marinheiros, Pretos-Velhos, Crianças, etc), entretanto, as entidades mais cultuadas e reconhecidas seriam as Caboclas, Sereias e Ondinas.

Os Marinheiros acabaram conquistando uma ascendência na simbologia espiritual e, com o passar dos anos, consequentemente, acabaram tendo estruturada, no mundo espiritual, e manifestada, no imaginário da prática umbandista, uma linha de trabalho específica, assim como ocorreu com os Baianos e Boiadeiros.

Falando especificamente das Caboclas, Sereias e Ondinas, temo-las como falanges espirituais de grande valor e força espiritual dentre as entidades que se manifestam durante os trabalhos de Umbanda.

Muitas vezes, tais entidades não atuam pela incorporação direta nos médiuns, mantendo somente a irradiação espiritual pelo contato com a aura mediúnica. Descarregam o ambiente, neutralizam forças negativas direcionadas a uma pessoa ou coletividade (principalmente crianças ou parturientes), enquanto atraem para o centro da gira espíritos sofredores e endurecidos, os quais são encaminhados às paragens de cura e refazimento.

Ao atingirem o contato mental com seus médiuns, comunicam a estes estados de serenidade, tranquilidade e clareza mental. Sensações de calor brando percorrem os braços, mãos, torso (mais acentuadamente na região do coração), e no centro da testa, e são facilmente percebidas fluindo e ligando-se ao ambiente.

Espectros de Luz Azul, Amarela, Rosa e Violeta, em variados matizes, podem ser vistos nas irradiações compostas ao longo da duração de sua gira.

Não à toa, nas giras de Umbanda, o Povo do Mar traz as suas irradiações que se espraiam pelo ambiente, promovendo a desagregação de formas-pensamento nocivas, principalmente as que se ligam mais profundamente ao corpo etéreo-espiritual de cada pessoa, que sejam geradas pelas repetição de pensamentos e sentimentos de mágoa, rancor, desentendimentos vários.

Também atuam no campo da saúde física, mais especificamente nos processos doentios que envolvam raízes profundas no campo emocional e neurológico (depressão, doenças auto-imunes, transtornos psíquicos variados, esquizofrenia, etc).

Justamente porque ligam-se ao sentido arquetípico da face feminina das Leis Divinas, estas entidades luminosas atuam e influenciam os processos da vida que envolvem a Concepção, Geração, Afeição, Vinculação, Amor e Educação. De tal sorte que o Povo do Mar, mentora famílias, gestantes, relacionamentos (conjugais, familiares e fraternais), além de vincular-se a períodos de formação das crianças e jovens,  buscando pela intuição e inspiração positivas, promover a edificação interior de cada criatura nos sentidos de Amor e Ternura para com o próximo e com todas os seres viventes no planeta.

Ao "respirarmos" as exalações mentais desses Luminares é que abrimos campo para que a "semente do amor e da esperança" possa ser plantada e regada dentro de nós, para que, no momento próprio, possa brotar e florescer.



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