sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Psicografia de Clara Nunes

Prezados Amigos,

Gostaria nessa noite de compartilhar com vocês uma belíssima mensagem espiritual, da grandiosa cantora Clara Nunes, psicografada pelas venerandas mãos de Francisco Cândido Xavier, na reunião pública realizada no Grupo Espírita da Prece, na cidade de Uberaba – MG, a 15 de setembro de 1984.

Como sabemos, Clara Nunes, desencarnada em 02 de abril de 1983, aos 40 anos de idade, vítima de um choque anafilático provocado durante procedimento de uma cirurgia de varizes, era adepta da Umbanda e descreve nessa mensagem, de maneira sucinta, simples e bela, como foi recebida e amparada pelos Numes Tutelares de nossa amada religião.

Interessante notarmos e refletirmos sobre as impressões que ela descreve logo após seu desencarne, pois que são uma narrativa muito clara e concisa de como experimentamos a transição da vivência física para a espiritual.

”Querida Maria [irmã de Clara Nunes], 

Eu pressentia que o encontro, através de notícias seria primeiramente com você. Somente você teria suficiente disposição para viajar de Caetanópolis até aqui, no objetivo de atingir o nosso intercâmbio. 

Descrever-lhe o que se passou comigo é impossível agora. Aquela anestesia que me fazia sorrir se transformou numa outra espécie de repouso que me fazia dormir. Sonhava com vocês todos e me via de regresso à infância. Cantava. Era uma alegria que me situava num mundo fantástico. Melodias e cores, lembranças e vozes se mesclavam e eu me perdia naquele êxtase desconhecido. 

Não cuidava de mim. Lembrava-me dos que ficavam, mas ainda não sabia se a mudança seria definitiva. 

Conte ao nosso querido Paulo [Paulo César Pinheiro, seu marido] a minha experiência. 

Tantos dias no descanso, ignorando o que vinha a ser tudo aquilo que se me apresentava à imaginação, por fantasia que desconhecia como deslindar. Peço a você solicitar ao Paulo me perdoe se não lhe transmito as notícias com a fidelidade possível. 

Acordei num barco engalanado de flores, seguida de outras embarcações nas quais muitos irmãos entoavam hinos que me eram estranhos, hinos em que o amor por Iemanjá era a tônica de todas as palavras. 

Os amigos que me seguiam falavam de libertação e vitória. Muito pouco a pouco, me conscientizei e passei, da euforia ao pranto de saudade porque a memória me despertara para a vida, na retaguarda, e o nosso Paulo se fazia o centro de minhas recordações. Queria-o ali naquela abordagem maravilhosa, pois os barcos se abeiravam de certa praia encantadoramente enfeitada de verde nas plantas bravas que a guarneciam. 

Quando o barco que me conduzia ancorou suavemente, uma entidade de grande porte se dirigiu a mim com paternal bondade e me convidou a pisar na terra firme. Ali estavam o meu pai Manoel e a nossa mãezinha Amélia. Os abraços que nos assinalavam as lágrimas de alegria pareciam sem fim.

Era muita saudade acumulada no coração. Ali, passei ao convívio de meus pais e os meus guardiões retornavam ao mar alto. 

Retomei a nossa vida natural e em companhia de meu pai Manoel pude rever você e os irmãos todos, comovendo-me ao abraçar Valdemira [irmã de Clara Nunes] que me pareceu um anjo preso ao corpo. 

Querida irmã, não disponho das palavras exatas que correspondam às emoções. Peço a você reconfortar o nosso Paulo e dizer-lhe que não perdi o sonho de meu filhinho que nascesse na Terra de nossa união e de nosso amor.

O futuro é luz de Deus. Quem sabe virá para nós uma vida renovada e diferente, na qual possamos realmente pertencer-nos para as mais lindas realizações? Você diga ao meu poeta e beletrista querido que estou contente em vê-lo fortalecido e resistente, exceção feita aos copinhos que ele conhece e que estou vendo agora um tanto aumentados. Desejo que ele saiba que o meu amor pelo esposo e noivo permanente que ele continua sendo para mim está brilhando em meu coração, em meu coração que continua cantando fora do outro coração que me prendia. 

A cigarra, por vezes, canta com tanta persistência em louvor a Deus e da Natureza que se perde nas cordas que coordenam a cantiga, caindo ao chão desencantada. O meu coração da vida física não suportou a extensão das melodias que me faziam viver e, uma simples renovação para tratamento justo, me fez repousar nas maravilhas diferentes a que fui conduzida. Espero que o nosso Paulo consiga ouvir-me nestas letras. 

Agradeça a ele as atitudes dignas com que me acompanhou até o fim do corpo, tanto quanto agradeço a você e as nossas irmãs e irmãos o respeito com que me honraram a memória abstendo-se de reclamações indébitas junto aos médicos humanitários que se dispuseram a servir-nos. 

Querida irmã, continuem com o nosso grupo em Caetanópolis. O irmão José e o Dr. Borges estão conquistando valiosas experiências. Muitas saudades e lembranças a todos os nossos e para você um beijo fraternal com muitas saudades de sua, 

Clara”. 

(Mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece em 15.9.1984, Uberaba – MG).

7 comentários:

  1. Coisa mais linda e profunda essa mensagem...
    Como Clara era um Ser de Luz tão intenso!!! Que saudades, Sabiá!

    ResponderExcluir
  2. E conta que quando dindinha(irmã de Clara) como e conhecida
    estava la juntamente com milhares de pessoas a espera
    eis que Chico se aproxima dela sem a conhecer puxa assunto.
    e minha irmã ultimamente tem desencarnado muita gente famosa.(diz o Chico)
    e dindinha sem querer se apresentar como irmã de Clara Nunes.
    confirma:
    é chico tem sim, citou a Elis que desencarnará um ano antes de Clara.
    o chico sorrir e diz:
    não se preocupe, mané serrador(pai de Clara jà falecido)ta aqui e diz que hoje você vai ter a sua carta (psicografia de Clara Nunes)

    ResponderExcluir
  3. Muito emocionante e a carta foi exatamente 6 anos antes de eu nascer.
    Emocionada aqui

    ResponderExcluir
  4. Pobre povo escravo do engano incauto. Não crêem na Santa Palavra de Deus que claramente diz que não há comunicação entre vivos e mortos. Barcos levando e hinos em louvor a Iemanjá...o único digno de receber louvor e adoração pelos séculos dos séculos é o Meu Senhor e Salvador Jesus Cristo, a quem pertencem a honra, a glória, o poder e o domínio para sempre amém.

    ResponderExcluir
  5. Que glória ! Sou radialista desde 1966 e sempre fui fã incondicional da Clara Nunes ! Que sua luz esteja sempre a brilhar na eternidade !

    ResponderExcluir