terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Estados de Consciência

Amigos,

Segue um novo texto, tratando dos Estados de Consciência, fundamental para a compreensão mais ampla das questões da existência humana e até mesmo das variadas gradações mediúnicas.

A partir da ampliação da Consciência de Si-Mesmo seguem-se várias possibilidades de expressões das potencialidades humanas, englobando desde as diversas formas de criatividade e estilos de vida saudável a, até mesmo, as variações possíveis dos níveis da Consciência Mediúnica, a qual contempla em si o Transe, caracterizador dos estados alterados de consciência, cuja sua qualidade está justamente em razão de quanto mais profunda for a Consciência do Ser.

Boa leitura!

Estados de Consciência


“A Psicologia Transpessoal considera que os seres humanos transitam na Terra em variados níveis de consciência. De acordo com Grof (apud Saldanha, 1999 pg. 95), a consciência ‘é a expressão e o reflexo de uma inteligência cósmica que permeia todo o Universo e toda a existência’.

A tradição hindú já identificava os vários níveis de consciência, pois encontramos nos Upanixades, da sua tradição milenar, a seguinte inscrição:

‘A primeira condição é a vida despertar para o movimento exterior da consciência. A segunda condição é a vida de sonho do movimento interior da consciência. O terceiro estado é o sono profundo, da consciência silenciosa, em que não há aquisição – em que não há visão nem mesmo de sonhos. É um estado de unidade. Aquele que conhece o terceiro estado mede tudo com a mente e atinge o fim último...’(MEHTA, 2003)

A percepção dos estados alterados de consciência ganhou campo através dos experimentos de Grof e outros pesquisadores com a Dietilamida do Ácido Lisérgico, mais conhecido como LSD, substância alucinógena capaz de provocar intensas alterações na consciência. Grof ministrava doses controladas (e permitidas naqueles países) de LSD nas pessoas, incluindo ele mesmo, e acompanhava as reações fisiológicas e os efeitos daquela substância na psique.

Essas ‘viagens psicodélicas’ faziam com que os pacientes trouxessem à consciência percepções do inconsciente profundo, além de experiências místicas de estarem fora do corpo com o próprio Grof. Posteriormente, verificou-se que não era necessário o uso de drogas alucinógenas para produzir tais efeitos, mesmo porque o risco era considerável, porquanto isso poderia gerar dependência, além dos danos irreversíveis no campo físico.

Deram-se conta de que os grandes místicos da História, através da meditação e da oração, assim como nos fenômenos da mediunidade e na dedicação profunda ao próximo, haviam vivenciado profundas experiências de estado alterado de consciência.

Para a Psicologia espírita, conforme Joanna de Ângelis (2007, pg 204), ‘a iluminação interior procede da busca do vir-a-ser harmonizando-se com o ser que já foi conquistado...e aquele que possui maior capacidade de concentração, de reflexão, de vida interior, mais facilmente pode iluminar-se...’ Ocorre que, embora se possa produzir vislumbres de uma consciência mais ampla de modo artificial, somente a modificação da atitude perante a vida logrará conquistá-la, de uma forma responsável e saudável. A consciência não proporciona saltos milagrosos, mas uma conquista passo a passo, à medida que o ser conquista a si mesmo.

Referências:

Saldanha, Vera. A Psicologia Transpessoal (1999)
Mehta, Rohir. O chamado dos Upanixades (2003)
Ângelis, Joanna de (Espírito); Franco, Divaldo P. (médium). Autodescobrimento: Uma Busca Interior (2007)

(Sinoti, Cláudio – Cap. 7 Da Psicologia Humanista à Psicologia Transpessoal: A 3ª e a 4ª Forças em Psicologia")

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