quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

São José



Esposo da Virgem Maria, modelo de pai e esposo, protetor da Sagrada Família.

Seu nome, em hebraico, significa “Deus cumula de bens”.

No Evangelho de São Mateus vemos como foi dramático para esse grande homem de Deus acolher, misteriosa, dócil e obedientemente, a mais suprema das escolhas: ser pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Messias, o Salvador do mundo.

"Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa" (Mt 1,24).

O Verbo Divino quis viver em família. Hoje, deparamos com o testemunho de José, “Deus cumula de bens”; mas, para que este bem maior penetrasse na sua vida e história, ele precisou renunciar a si mesmo e, na fé, obedecer a Deus acolhendo a Virgem Maria.


"Descendente de David, José é considerado um dos grandes elos existentes entre o Velho e o Novo Testamento. Entretanto, pouco se conhece sobre sua infância e juventude. Nos escritos sagrados, ele já aparece adulto, como um humilde carpinteiro de Nazaré, a quem a mão de Maria foi prometida em casamento.

Sabendo em sonhos que sua mulher teria o filho de Deus, aceitou seu destino sem reclamar. Sempre ao lado de Maria, arrumou a manjedoura que serviu de berço para Jesus. Conta-se que foi pai zeloso, deu um nome a Jesus e cuidou para que fosse bem criado. Depois que Jesus cresceu, pouca notícia se tem de José. Acredita-se que tenha morrido cerca de três anos antes de Jesus ser crucificado" (Chagas, Carolina - O Livro dos Santos).

"[...]Monica Buonfiglio, fez uma abrangente pesquisa em seu livro : Jesus-Palavras de Fogo, afirma que José era um "tekton", ou seja um carpinteiro altamente qualificado, equivalente a um arquiteto nos dias de hoje. Ele pode ter trabalhado nas grandes construções de sua época. ( e não um simples carpinteiro como é relatado).Era um profissional de prestígio, que ganhava bem, e era muito bem visto por todos. Em todas as pesquisas verifica-se que José foi de suma importância na vida de Jesus, participando ativamente de Sua educação e de Sua formação moral e intelectual na infância.

Por toda sua fé, dedicação, humildade e proteção, São José é o patriarca, o grande pai, o provedor.

É o amigo do povo, dos pobres, dos perseguidos e dos sofredores. São José, esposo de Maria e guardião da Sagrada Família, foi o último patriarca bíblico que recebeu o dom dos sonhos. Recebeu o título"homem justo", significando o procedimento equilibrado de um homem, responsável, discreto, cultivador e respeitador do direito das pessoas e de uma singular expressão de amor a DEUS: "o seu silêncio".

Nestes tempos em que vivemos, onde as famílias passam por tantos desafios, São José é uma força espiritual que podemos evocar constantemente. Por sua intercessão as famílias alcançam a bênção da prosperidade. Mestre de integridade, José soube ser um exemplo para todos os pais de família, demonstrou que era possível amar ardentemente, mas de um amor para com o núcleo familiar sem pretender nada para si: a alegria era a luz reflexa do perfume das virtudes.

Cada família deveria pegar como exemplo esta Santa Família daquela época. Quantos casais interpretam o próprio papel como o mais importante, desenvolvendo o amor egoístico para o próprio prazer; assim acusam o outro, enquanto não fazem nada para compreende-lo.

José é o patrono dos condenados à morte, porque presumindo-se que ele morreu antes da vida pública de Jesus, ele morreu com Jesus e Maria perto dele, da maneira como todos nós gostaríamos de partir desta terra.

São José é o santo que intercede por todas as graças que necessitamos, muitas vezes de maneira surpreendente e quase inacreditável.

José é também o patrono universal da Igreja, dos pais, dos carpinteiros, e da justiça social. É protetor da Igreja, das famílias, principalmente daquelas que lutam para imitar a Sagrada Família, de muitos Institutos e Congregações Religiosas que aspiram a perfeição cristã, é protetor das Vocações Sacerdotais, é também protetor dos operários e trabalhadores em geral, assim como é patrono dos moribundos, daqueles que estão com a viagem marcada para a eternidade.

Celebramos dois dias festivos para São josé: 19 de março para José o Marido de Maria e 1 de maio para José o Trabalhador.

Seguem abaixo resumo das informações colhidas de diversas fontes:

Nasceu em Belém de Judá (Lc 2,3-4), e presumivelmente deve ter permanecido lá até a idade adulta (12 anos pelos costumes judaicos).Seu pai chamava-se Jacó e mudou-se com a família para Nazaré da Galiléia, provavelmente para cultivar uma terra que comprou no Vale Esdrelon.
José, junto com o seu irmão mais velho chamado Cleófas, trabalhou na lavoura, ajudando o pai a produzir alimentos para o consumo próprio e comercialização. Todavia com o passar dos anos, revelou uma notável tendência para o trabalho com madeira, que o levou a deixar o cultivo do solo em segundo plano, e a se empenhar na profissão de carpinteiro.


Maria, entretanto, revelou-lhe que havia consagrado sua vida à Deus, através de um voto de castidade, o que o deixou frustado, entristecido. Maria, era linda e de marcante pesonalidade, inteligente. tinha uma forma de falar encantadora. Ele estava verdadeiramente apaixonado e num gesto de amor, pediu-a em casamento e em troca se propôs a fazer voto de castidade, para que pudesse passar a vida ao lado dela, consagrando amor ao Criador, pois sentia que não iria ser feliz ao lado de outra mulher. Para Maria foi a solução ideal, porque casando-se com José, poderiam cultivar juntos a castidade sem que ninguém viesse a desconfiar. Maria aceitou o convite de José e logo, começaram os preparativos para o Casamento conforme o costume judaico.

Certo dia,Maria descansava em seu quarto quando recebeu a visita de um Anjo do SENHOR (Gabriel), que sorrindo, anunciou-lhe que Ela era Alguém muito especial que tinha sido escolhida para ser a Mãe do Redentor, Aquele que viria salvar a humanidade de seus pecados e deixar meios para que as pessoas pudessem ter vida em plenitude, vivendo reconciliadas e em comunhão de amor com DEUS. O Anjo confidenciou-lhe também, que sua prima Isabel, apesar da idade avançada, estava grávida de seis meses, ela, que era considerada estéril. (Lc 1,26-38)


Conversando com José, seu noivo, e seus pais, contou-lhes a notícia sobre a prima, mas não lhes disse que tinha sido escolhida "MÃE DO SENHOR" . Deixou em segredo, pois sentia que a hora que Deus determinasse, ela diria a verdade. Depois do nascimento de João Batista, filho de Isabel, Maria regressou a Nazaré, naturalmente acompanhada de uma pessoa da família.


Sua gravidez já era notada. Quando ele soube que Maria estava grávida após estarem para se casar, ele soube que a criança não era dele mas desconhecia, até então, que ela estava carregando o Filho de Deus. Ele planejou separar-se de Maria de acordo com a lei, mas temeu pela segurança e o sofrimento dela e do bebê. Ele sabia que mulheres acusadas de adultério podriam ser apedrejadas até a morte, então ele decidiu deixá-la silenciosamente e não expor Maria a vergonha ou crueldade (Mateus 1,19-25).

Então o Anjo do SENHOR apareceu-lhe em sonho e lhe disse: "José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que Nela foi gerado vem do ESPÍRITO SANTO. Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de JESUS, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados". (Mt 1,20-21)

José imediatamente e sem questionar preocupar-se com fofocas, tomou-a como esposa.

A Celebração das Bodas seguiu o rito judaico e logo a felicidade tomou conta do coração dos esposos. Passaram a viver numa pequena casa em Nazaré. Mas por pouco tempo, porque foi decretado um decreto romano, mandando que fosse realizado um recenseamento, e todos os povos subjugados pelo poder de Roma, deviam obedecer. Como Nazaré era um lugarejo pequeno que nem constava dos mapas romanos, recebeu a notícia com atraso, ou seja, no último mês de recenseamento. Cada cidadão era obrigado a se apresentar na junta militar estabelecida em sua cidade natal. São José tendo nascido em Belém, para não faltar com sua responsabilidade e cumprir com o dever cívico, atendendo a ordem emanada do poder romano, para lá viajou em companhia de Santa Maria, sua esposa, que já estava no último mês de gravidez. (Lc 2,1-5)

Em face do Recenseamento, Belém estava com grande movimentação de pessoas e por essa razão, São José e Santa Maria não encontraram nas casas dos parentes e amigos um local onde pudessem abrigar-se, e foram para uma gruta, que as vezes era utilizada como estrebaria. Neste período de tempo em permaneceram nesta gruta, completaram-se os dias da gestação e nasceu JESUS, NOSSO SENHOR e Redentor de toda humanidade. (Lc 2,6-7)

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós". (Jo 1,l4)

Naquela região, alguns pastores que vigiavam o rebanho receberam a visita de um Anjo que lhes anunciou: "Não tenhais medo! Eis que eu vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o CRISTO SENHOR, na cidade de Davi. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido envolto em faixas e deitado numa manjedoura. E de repente, juntou-se ao Anjo uma multidão do exército celeste a louvar a DEUS, dizendo: Glória a DEUS nas alturas, e paz na terra aos homens que ELE ama"! (Lc 2,10-15)

Os pastores ficaram admirados com o que viam e se apressaram à chegar a Gruta em Belém. Encontraram Santa Maria, São José, e o MENINO-DEUS numa manjedoura. Vendo-os, contaram-lhes tudo o que o Anjo havia anunciado.

Santa Maria ouvia e conservava todos aqueles acontecimentos no coração, e no seu silêncio, meditava, e procurava entender tudo que diziam sobre JESUS.

Ela e São José tinham acabado de viver uma experiência verdadeiramente sobrenatural com o nascimento de seu Filho. Para Santa Maria, aquelas palavras anunciadas pelo Arcanjo Gabriel expressando todo o Amor de DEUS por Ela, concretizavam-se naquela linda criança que feliz sorria deitada numa manjedoura.


Conta-se que José, falava pouco,era calmo e retraído, dedicado essencialmente ao trabalho e às orações na sinagoga, fazendo do trabalho o seu próprio lazer. É provável, que tivesse a idade de 26 anos, quando apaixonou-se por Maria de Nazaré, que diariamente atravessava a rua com um cântaro de barro em direção a uma fonte que ficava na praça central, para apanhar água. Sempre aproximava-se dela para falar algumas palavras, até que começou a frequentar a casa de Joaquim e Ana, pais de Maria, a fim de ficar mais perto dela, até que num dos dias declarou-lhe seu amor.Terminado o recenseamento, mudaram-se da Gruta onde estavam e passaram a viver numa pequena casa em Belém.JESUS já estava com quase dois anos de idade, quando recebeu a visita dos Três Reis Magos, que vieram do Oriente para adorar o MENINO-DEUS. Belchior, Gaspar e Baltazar depois de ajoelharem diante DELE, ofertaram-LHE ouro, incenso e mirra. (Mt 2,11)

Herodes Magno, rei da Judéia, sabendo da visita dos Magos, com receio de perder o seu trono para o "Rei dos Judeus", projetou em sua mente doentia eliminar JESUS. Todavia, como não sabia onde ELE estava, ordenou a matança de todas as crianças de Belém com menos de dois anos de idade.
Quando o anjo reapareceu para dizer-lhe que sua família estava em perigo, ele imediatamente deixou tudo o que possuía, todos os seus parentes e amigos, e escapou para um país estranho, desconhecido, com sua jovem esposa e o bebê.


Como era noite, e sem tempo para preparar a viagem, é provável que saíram a pé pela estrada que conduz a Hebron. Em Hebron devem ter chegado ao amanhecer e sem demora, agilizaram os preparativos para uma rápida viagem. Com o ouro presenteado pelos Magos, devem ter adquirido dois camelos dromedários (que são os mais ágeis e velozes) e comprado provisões, abastecendo-se do necessário, para empreenderem a fuga.

Provavelmente, devem ter seguido uma rota passando pelo Vale Wâdi-el-Halil, objetivando chegar em Bersabéia, distante 45,5 quilômetros, porque ali já estavam fora dos limites territoriais de Herodes. A seguir, com mais tranqüilidade seguiram com a viagem para o Egito, atravessando quase 400 quilômetros de deserto. Presume-se que a Sagrada Família depois de cruzar a divisa entre os dois países, Israel e Egito, estabeleceram-se em Hasana, ao lado do Lago Timsah, onde hoje passa o Canal de Suez.

Lá permaneceram cerca de 4 meses, quando São José novamente foi avisado em sonho por um Anjo do SENHOR, que Herodes tinha morrido. Mas como em seu lugar, no Governo da Judéia, ficou o filho Arqueláu, mau e perverso como o pai, José que planejara regressar à Belém, decidiu levar sua esposa e JESUS para a casa que possuíam em Nazaré da Galiléia. (Mt 2,19-23)


Em Nazaré puderam viver unidos com tranqüilidade, construindo uma admirável família, exemplo para toda humanidade, pela consciência e responsabilidade paternal, pela harmonia que os envolvia, mesmo na simplicidade de suas funções e dos afazeres diários, revelando sobretudo que o amor sincero e honesto estava colocado num plano de real destaque, e era tão grande, que administrava fraternalmente e de maneira primorosa os sentimentos mais profundos, dos membros da Sagrada Família.

José, deitado nos braços de JESUS e de Maria, os grandes amores de sua vida, recebendo o conforto e a ternura na sua "hora derradeira", quando finalmente concluída a sua missão existencial partiu para a eternidade, para os braços afetuosos do ETERNO PAI. Ele provavelmente faleceu quando JESUS tinha 30 anos de idade, isto porque, a partir desta época o Novo Testamento não faz mais nenhuma referência a José.

Outra versão da vida de São José é relatada nos "Atos de São José" que é tido por muitos como sendo apócrifa, mas estudiosos como Origens, Euzébio e São Cipriano fazem referência em suas obras. Nesses "Atos" José teria se casado jovem e só foi prometido a Maria quando já era viúvo. José teria tido, no primeiro casamento, duas filhas e quatro filhos sendo o caçula chamado Tiago, que Jesus considerava como irmão e com ele teria passado sua infância e parte de sua adolescência. E Maria achou o menor Tiago na casa de seu pai e este estava triste pela perda de sua mãe e Maria o consolou e o criou. Assim Maria é as vezes chamada de mãe de Tiago. 

Com o passar dos anos o velho José tinha uma idade bem avançada, mas nunca deixou de trabalhar, nunca sua vista falhou e nunca ficava sem rumo, tonto, e como um rapaz ele tinha vigor e suas pernas e braços permaneceram fortes e livres de nenhuma dor. 

Quando aproximou-se a sua hora um anjo do Senhor veio até ele e disse a ele que estava para morrer e ele levantou-se e foi para Jerusalém orar no santuário e disse: "O Deus autor da consolação, O Senhor da compaixão, ó Senhor de toda a raça humana, Deus de meu corpo e espirito, com súplica eu Vos reverencio e Ó Senhor e meu Deus, se agora meus dias terminam e eu preciso deixar este mundo, peço a Vós que envie o arcanjo Miguel, o príncipe dos Vosso anjos, e deixe ele ficar comigo e leve minha alma deste aflito corpo sem problemas e sem terror. E José foi enterrado pelos seus amigos e parentes sem o odor dos mortos.

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